Dados do Trabalho

Título

DETECÇAO E QUANTIFICAÇAO GENOMICA DOS POLIOMAVIRUS BK E JC EM AMOSTRAS AMBIENTAIS DE OSTREICULTURA DE 5 MUNICIPIOS DO NORDESTE PARAENSE

Fundamentação/Introdução

Os poliomavírus BK e JC são agentes patogênicos causadores de doenças relacionadas ao Sistema Nervoso Central e ao sistema urinário. Estudos soro-epidemiológicos registram que mais de 80% da população já tiveram contato com esses vírus em alguma fase da vida. Sua excreção ocorre pela urina ou pelas fezes do indivíduo portador/doente. Devido sua forma de transmissão fecal-urino-oral, esses agentes são considerados importantes indicadores de contaminação ambiental. O governo paraense tem dado incentivos técnicos e financeiros para pequenos produtores do cultivo de ostras da espécie Crassotea gasar tanto para consumo familiar quanto para comercialização. Nesses casos, a vigilância sanitária é importante para manter as boas condições higiênico-sanitárias a fim de evitar possível contaminação ambiental das culturas e infecção humana.

Objetivos

Detecção e quantificação genômica dos vírus JC e BK como indicadores de qualidade na ostreicultura de 5 municípios do nordeste paraense produtores de ostras.

Delineamento e Métodos

Estudo observacional e longitudinal realizado em amostras de água e ostras de 5 municípios do nordeste paraense para detecção e quantificação da carga viral dos Poliomas BKV e JCV, pelo método da PCR em Tempo Real.

Resultados

Foram analisadas 153 amostras, sendo 32 de ostras e 117 de água, das quais 8% (n=12) do município de Maracanã, 20% (n=31) de Augusto Corrêa, 23% (n=35) de Salinópolis, 23% (n=35) de Curuçá e 26% (n=40) de São Caetano de Odivelas. Do total analisado, 20% (n=31) estavam infectadas por BKV, não sendo detectado genoma do vírus JC. Entre as amostras positivas para BKV, 74% eram de água com maior ocorrência nos municípios de Curuçá e Salinópolis, ambos com índice de infecção correspondente a 30%, respectivamente. Na análise de ostras, foi detectado genoma de BKV em amostras de 3 municípios, entre eles: São Caetano de Odivelas, Augusto Corrêa e Salinópolis, sendo que Augusto Corrêa apresentou a maior frequência de positividade (62,5%). Considerando as análises conjuntas água/ostras por município, Augusto Corrêa apresentou o maior índice (32,25%) de contaminação por Poliomavírus BK.

Conclusões/Considerações Finais

A presença do vírus BK em amostras de ostreicultura é indicativa de contaminação por dejetos humanos, sendo necessárias medidas higiênico-sanitárias mais efetivas para impedir proliferação desses e de outros agentes patogênicos na produção de ostras, a fim de evitar prejuízos tanto comerciais quanto para a saúde humana..

Palavras-chave

Poliomavírus; Indicadores de Qualidade; Ostreicultura; Detecção Genômica.