Dados do Trabalho

Título

PREVALENCIA DE EXCESSO DE PESO E SUA RELAÇAO COM OS FATORES BIOQUIMICOS EM UMA COMUNIDADE RIBEIRINHA DE BRAGANÇA, PARA.

Fundamentação/Introdução

O principal fator de risco para doenças crônicas e mortes prematuras é o excesso de peso, cuja frequência vem aumentado entre as comunidades ribeirinhas da Amazônia.

Objetivos

Avaliar se as variáveis antropométricas, como índice de massa corporal (Kg/m2) e circunferência da cintura (cm) estão relacionadas com os parâmetros bioquímicos referentes às dosagens de glicose, triglicerídeos e colesterol.

Delineamento e Métodos

Um estudo transversal, analítico envolvendo 72 adultos foi desenvolvido na comunidade ribeirinha de Tamatateua, no município de Bragança no Pará. As dosagens dos parâmetros bioquímicos foram realizadas através de ensaios colorimétricos de acordo com a descrição do fabricante dos reagentes empregados. A avaliação dos indicadores antropométricos seguiu os métodos validados pela OMS (1998) para adultos e por Lipschitz et al (1994) para idosos. Os dados foram analisados de forma descritiva e inferencial por meio dos recursos do software Bioestat 5.0, adotando-se um nível de significância de p < 0,05.

Resultados

Observou-se que 54% (39/72) exibiram excesso de peso, e quando adiposidade abdominal foi mensurada detectou-se que 51% (37/72) e 22% (16/72) foram classificados respectivamente como de alto e moderado risco para complicações metabólicas. Em relação aos parâmetros bioquímicos, constatou-se que 18% (13/72) exibiram níveis ≥ 100 mg/dL de glicose em jejum, enquanto que para o colesterol total, cerca de 37% (24/72) apresentaram valores ≥ 200 mg/dL e 51% (37/72) dos indivíduos foram detectados com níveis séricos de triglicerídeos ≥150 mg/dL. Evidenciou-se uma correlação positiva forte (correlação de pearson; r = 0,84; p < 0,001) entre a adiposidade abdominal e o índice de massa corporal. Adicionalmente, verificou-se que entre os parâmetros bioquímicos investigados, apenas os níveis séricos de triglicerídeos influenciaram significativamente na associação entre índice de massa corporal e adiposidade abdominal (correlação parcial; r= 0,84; p < 0,0001).

Conclusões/Considerações Finais

Estes achados nos permitem inferir que estas variáveis inter-relacionadas são reflexos da qualidade de vida, predisposição genética e hábitos alimentares e culturais inadequados, como a ingestão excessiva de carboidratos e o sedentarismo, constituindo-se em fatores de riscos para a manifestação de severas complicações metabólicas, sendo, portanto, indispensáveis medidas de prevenção e intervenção no combate às doenças crônicas não transmissíveis.

Referências

AYRES, M., AYRES JR, M. AYRES, D.L.; SANTOS A.S. Bioestat 5.0. Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biológicas e médicas. Instituto de desenvolvimento sustentável Mamirauá, Belém. 2007.

LIPSCHITZ, DA. Screening for nutritional status in the elderly. Vol. 21, n.1, 1994.

Organização Mundial de Saúde - OMS. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO consultation, Geneva, 3-5 Jun 1997. Geneva: Woeld Health Organization, 1998.(WHO/NUT/98.1.).

Palavras-chave

excesso de peso, doenças crônicas, Amazônia.