I Congresso Sul Brasileiro de Biomedicina

Dados do Trabalho


Título

DINAMICA EVOLUCIONARIA DO SUBGENOTIPO D3 DO HBV EM PACIENTES CRONICAMENTE INFECTADOS NO SUL DO BRASIL

Fundamentação/Introdução

Introdução: A infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) é considerada um grande problema de saúde em todo o mundo. A distribuição global do HBV varia significativamente entre países e entre regiões do mundo. Entre os muitos fatores que contribuem para a mudança na epidemiologia das hepatites virais, o movimento de pessoas dentro e entre países é potencialmente importante. O subgenótipo D3 do HBV foi encontrado em todo o mundo, embora sua maior prevalência seja na Europa mediterrânea. Esse subgenótipo é o mais frequente no sul do Brasil e provavelmente está relacionado ao processo de imigração de italianos e alemães.

Objetivos

Descrever a epidemiologia molecular do HBV-D3 em uma população cronicamente infectada do sul do Brasil, utilizando a análise filogenética.

Delineamento e Métodos

O HBV-DNA da região S/P de 590pb foi amplificado e sequenciado a partir de 52 pacientes cronicamente infectados pelo HBV. Trata-se de um estudo de delineamento transversal onde às análises filogenéticas e evolutivas foram realizadas através de métodos de máxima verossimilhança e Bayesiano.

Resultados

A análise filogenética demonstrou um predomínio do genótipo D (n = 49; 94,2%), seguido do genótipo A (n = 2; 3,8%) e do genótipo G como minoritário (n = 1; 1,9%). No nível de subgenótipo, a circulação dos subgenótipos D3 (n = 39; 79,6%), D2 (n = 8; 16,3%) e D1 (n = 2; 4,1%) foi principalmente identificada. A análise de coalescência Bayesiana da região S/P de 39 amostras classificadas como D3 revelou que as cepas ancestrais datavam de 1935 (Maior Densidade Posterior 95%: 1885 - 1971) e eventos de diversificação até o final dos anos 1980 foram identificados. O número de infecções foi ascendente entre 1950 e meados dos anos 1990. Essa elevação foi mais evidente entre as décadas de 1980 e 1990. No final dos anos 1990 e início dos anos 2000, esse processo apresentou um platô com a estabilidade do número de infecções.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusão: O genótipo D tem maior circulação no Sul do Brasil, tendo sido provavelmente introduzido pela imigração europeia no início do século XX. Este genótipo apresentou uma longa história de diversificação e pode ser responsável pela maior proporção de infecções crônicas pelo HBV no Sul do Brasil.

Referências

Palavras-chave

Palavras-chave: Vírus da Hepatite B; Epidemiologia; Análise Bayesiana; Imigração.

Área

Tema livre

Instituições

Universidade Luterana do Brasil - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Thallyson Pedro Medeiros, Jonas Michel Wolf, Daniel Simon, Vagner Ricardo Lunge