Dados do Trabalho

Título

ENTEROBACTERIAS PRODUTORAS DE BETA-LACTAMASE DE ESPECTRO AMPLIADO (ESBL) EM COPROCULTURAS DE PACIENTES AMBULATORIAIS: FREQUENCIA E PERFIL DE RESISTENCIA.

Fundamentação/Introdução

Nos últimos anos têm se observado um rápido aumento na resistência bacteriana no Brasil e no mundo. As ß-lactamases de espectro ampliado (ESBL) são um mecanismo importante por conferir resistência a muitos antimicrobianos ß-lactâmicos. Assim, o estudo das enterobactérias produtoras de ESBL é importante para a descrição dos aspectos envolvidos na adaptação às modificações farmacológicas ocorridas nas últimas três décadas, no monitoramento e prevenção da ocorrência de casos de resistência, envolvendo ESBL, em pacientes ambulatoriais.

Objetivos

Caracterização fenotípica e genotípica de isolados de enterobactérias através da determinação do perfil de resistência aos antimicrobianos ß-lactâmicos e pesquisa dos genes blaCTX-M, blaTEM e blaSHV.

Delineamento e Métodos

Estudo retrospectivo e descritivo onde foram analisadas 176 amostras provenientes de paciente ambulatoriais no período de 2012 a 2016. A susceptibilidade aos agentes antimicrobianos dos isolados foi avaliada pelo método de difusão de discos e pelo sistema automatizado VITEK 2.

Resultados

No presente estudo foram obtidos 176 isolados distribuídos em Enterobacter spp. 42,86% (6/14), Klebsiella spp. 28,57% (4/14), Escherichia coli 14,28% (2/14), Shigella flexneri 14,28% (2/14), destes, 7,95 (14/176) apresentaram perfil de resistência aos antimicrobianos ß-lactâmicos. Os testes de suscetibilidade demonstraram que 100% das amostras foram resistentes à ampicilina e as cefalosporinas de primeira e segunda geração, 85% foram resistentes à cefalosporinas de terceira geração e 9% resistente à cefalosporina de quarta geração. Também foi identificado um isolado de Escherichia coli resistente a todas as cefalosporinas, incluindo as de amplo espectro e ao aztreonam e um isolado de Enterobacter spp. resistente ao ertapenem. A análise genética dos isolados positivos para a produção de ESBL, pelo estudo fenotípico, identificou o gene blaCTX-M em 92,85% (13/14) (Enterobacter spp., 5; Klebsiella spp., 4; Shigella flexneri, 2 e Escherichia coli, 2), blaTEM em 21,43 (3/14) (Enterobacter spp., 2 e Klebsiella spp., 1) e a combinação dos genes blaCTX-M e blaTEM foi encontrado em 14,28% (2/14).

Conclusões/Considerações Finais

A avaliação contínua da resistência aos ß-lactâmicos em enterobactérias é extremamente importante, pois ficou comprovado a permanência e a disseminação de enterobactérias produtoras de ß-lactamase, evidenciando a importância de monitoramento e estratégias eficientes para diminuir a propagação destes agentes.

Palavras-chave

β-lactamases, ESBL, Resistência antimicrobiana, Enterobactérias.