Dados do Trabalho
Título
PERFIL EPIDEMIOLOGICO DA SIFILIS CONGENITA E DA SIFILIS EM GESTANTES NO MUNICIPIO DE ITAJAI/SC, NO PERIODO DE 2005 A 2016.
Fundamentação/Introdução
A sífilis, doença infectocontagiosa causada pelo Treponema pallidum, apresenta importância para a saúde pública devido à morbidade e mortalidade, de transmissão vertical e com risco aumentado de infecção pelo HIV.
Objetivos
Considerando o aumento no número de casos de sífilis no Brasil e ausência de literatura sobre o município de Itajaí/SC, objetivou-se avaliar o perfil epidemiológico da sífilis congênita e em gestantes no município.
Delineamento e Métodos
Estudo quantitativo observacional dos dados disponibilizados no Painel de Indicadores da Sífilis do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/AIDS e das Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, referentes à sífilis em gestantes e sífilis congênita em Itajaí/SC, no período de 2005 a 2016.
Resultados
No período avaliado observou-se um aumento no número gestante com sífilis (600%) e de sífilis congênita (400%) no município. A caracterização das gestantes com sífilis mostrou maior frequência para a faixa etária de 20 a 29 anos (48,5%), com ensino fundamental (51%), primeiro trimestre gestacional (40,5%) no momento do diagnóstico e portando sífilis latente (90,1%). Nos casos de sífilis congênita, o pré-natal havia sido realizado pela maioria das gestantes (81,3%), mas apenas 47,9% das gestantes trataram a sífilis, sendo incompleto em 45,1% delas e sem tratamento dos parceiros em 85,4% dos casos. Destaca-se que a meta estabelecida pela Organização Mundial de Saúde e o Fundo das Nações Unidas para Infância para a redução da sífilis congênita é de <0,5 casos/1000 nascidos vivos, com cobertura pré-natal ≥95%, cobertura de testagem para sífilis em gestantes ≥95% e cobertura de tratamento com penicilina em gestantes com sífilis ≥95%, protocolo do qual o Brasil é signatário (PAHO, 2017). Em 2016 foram registrados em Itajaí/SC 20 casos de sífilis congênita/1.000 nascidos vivos (40 vezes acima da meta), com pré-natal realizado por 81% das gestantes, diagnóstico de sífilis no pré-natal em apenas 49,3% das gestantes e tratamento com penicilina em somente 46,4% das gestantes com sífilis.
Conclusões/Considerações Finais
O baixo percentual de gestantes tratadas, somado ao tratamento inadequado e à ausência de tratamento da maioria dos parceiros revela a fragilidade do serviço de saúde em resposta ao controle da sífilis congênita no município e evidencia a necessidade de ações de controle desse agravo com medidas de promoção e prevenção à saúde.
Referências
PAHO (Pan American Health Organization). Elimination of mother-to-child transmission of HIV and syphilis in the Americas. Update 2016. Washington, D.C.: PAHO, 2017.
Palavras-chave
Sífilis; Sífilis Congênita; Doenças Sexualmente Transmissíveis; Infecções Sexualmente Transmissíveis; Transmissão Vertical de Doença Infecciosa.
Área
Tema livre
Instituições
Universidade do Vale do Itajaí - Santa Catarina - Brasil
Autores
Juliana Cristina Pereira Whitaker, Fernando Cordeiro, Daniela Valcarenghi, Edneia Casagranda Bueno