Dados do Trabalho

Título

VIGILANCIA AMBIENTAL DE MICRORGANISMOS RESISTENTES A CARBAPENEMICOS EM UM HOSPITAL ENSINO EM SANTA MARIA-RS

Fundamentação/Introdução

Superfícies contaminadas no ambiente hospitalar tem sido associadas com transmissão cruzada de microrganismos multirresistentes (MDR). Nos últimos anos, houve o surgimento de novos mecanismos de resistência especialmente aos antimicrobianos da classe dos carbapenêmicos, tornando-se um problema de saúde. A vigilância ambiental de superfícies hospitalares pode servir como uma ferramenta útil no monitoramento de germes para orientar ações de educação permanente visando reduzir a disseminação desses patógenos.

Objetivos

Monitorar e caracterizar a presença de bacilos MDR resistentes à carbapenêmicos a partir de amostras de superfícies inanimadas de uma unidade em um hospital da região central do Rio Grande do Sul.

Delineamento e Métodos

As superfícies foram coletadas de março a junho de 2018, semanalmente. Swabs umedecidos em solução salina estéril foram friccionados sobre as superfícies inanimadas: pia, bebedouro, mesa beira de leito, equipo, dispenser de sabonete e álcool; mouse, telefone, bandeja e prontuários. As amostras foram inoculadas em caldo de enriquecimento TSB (Tryptic Soy Broth) contendo um disco de meropenem e incubadas por 24 horas a 37ºC. As amostras que apresentaram turvação foram semeadas em ágar MacConkey. Os microrganismos que obtiveram crescimento no meio foram identificados utilizando as galerias API® (Biomerieux).

Resultados

Um total de 150 swabs foram coletados, sendo 142 (94,7%) negativos e 8 (5,3%) apresentando turvação no meio líquido. Após semear em ágar e realizar testes bioquímicos de identificação, observamos que todos os isolados resistentes tratavam-se de bacilos Gram-negativo não fermentadores de glicose (BGNNF). Um dos BGNNF (12,5%) foi identificado como Acinetobacter baumannii/calcoaceticus e outro (12,5%) como Stenotrophomonas maltophilia e estavam nas superfícies de bandeja de medicação e bebedouro, respectivamente. Não foi possível identificar os outros isolados BGNNF (6/75%) a nível de espécie, entretanto a maioria deles foi isolada a partir da pia do corredor da unidade (83,3%) e um a partir do telefone do posto de enfermagem (16,7%).

Conclusões/Considerações Finais

As superfícies hospitalares podem tornar-se fontes de propagação e disseminação de microrganismos patogênicos, por transmissão cruzada. A avaliação da presença de bactérias multirresistentes em amostras ambientais visa práticas que minimizem a veiculação de patógenos multirresistentes no ambiente nosocomial.