Dados do Trabalho
Título
PREVALENCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM PACIENTES COM HIV/AIDS NO BRASIL: ANALISE SISTEMATICA
Fundamentação/Introdução
As infecções parasitárias representam uma importante causa de morbidade e mortalidade, principalmente em pacientes acometidos por doenças imunossupressoras. Após o surgimento do vírus da imunodeficiência humana (HIV)/ síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), os parasitas intestinais que causavam apenas infecções assintomáticas e esporádicas, se tornaram parasitas oportunistas causadores de diarreia severa em pacientes portadores de HIV/AIDS.
Objetivos
Analisar a prevalência de parasitoses intestinais em pacientes acometidos pelo HIV/AIDS no Brasil através de uma revisão sistemática da literatura.
Delineamento e Métodos
Foram pesquisados artigos científicos nas bases de dados Scielo, PubMed e Scopus utilizando os seguintes descritores: HIV, AIDS, parasitas, imunossupressão e Brasil. Foram incluídos artigos originais, cartas ao editor e comunicações breves, publicados entre 2000 e 2018 e redigidos em português e inglês. Foram excluídos artigos de revisão, relatos de casos e trabalhos relacionados à prevalência de parasitoses sanguíneas e/ou extra-intestinais.
Resultados
Um total de 14 artigos foram incluídos na análise. Destes, 64,3% (8/14) foram conduzidos na região sudeste do país, enquanto que nenhum trabalho foi encontrado referente à região norte. A prevalência de parasitoses intestinais em pacientes com HIV/AIDS incluídos nos estudos variou de 3,8 a 76,5%. Em 35,7% (5/14) dos trabalhos, o Strongyloides stercoralis foi o parasita mais prevalente nos pacientes, seguido da Giardia lamblia, Entamoeba e Cryptosporidium spp. Aproximadamente 57% (8/14) dos trabalhos utilizaram o método de sedimentação de Hoffman, Pons & Janer para o diagnóstico das parasitoses. Outros métodos como o de Ritchie e de Baermann-Moraes também foram utilizados. Entre os trabalhos analisados, apenas 28,6% (4/12) realizaram algum teste estatístico a fim de verificar associações entre a prevalência de parasitoses, contagens de linfócitos T CD4, carga viral e estado clínico dos pacientes. Destes, três trabalhos encontraram uma correlação positiva significativa entre as variáveis analisadas.
Conclusões/Considerações Finais
Uma vez que o parasita S. stercoralis foi o mais frequente em pacientes acometidos pelo HIV/AIDS, recomenda-se o uso de métodos mais sensíveis para a detecção de larvas nas amostras fecais em estudos futuros. Insta destacar o baixo número de publicações referentes à temática no Brasil. Desse modo, a realização de estudos na área em todas as regiões do país deve ser incentivada.
Palavras-chave
Vírus da imunodeficiência humana, síndrome da imunodeficiência adquirida, parasitoses, Brasil.
Área
Tema livre
Instituições
Faculdade Cenecista de Bento Gonçalves - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Jaqueline Araldi, Thaís Dalzochio