Dados do Trabalho
Título
CORRELAÇAO DOS MARCADORES SOROLOGICOS PARA O VIRUS DA HEPATITE B E TESTE DE ACIDO NUCLEICO EM DOADORES DE SANGUE DE UM BANCO DE SANGUE DE PORTO ALEGRE / RIO GRANDE DO SUL
Fundamentação/Introdução
transfusões sanguíneas são realizadas no Brasil desde o século XX, quando se teve os primeiros relatos de hepatite pós transfusional. Com o avanço de testes de triagem a transmissão de doenças nestes processos tornou-se mais rara. Os procedimentos hemoterápicos são regidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária que inclui testes sorológicos e o teste de ácido nucleico (NAT). Responsáveis por cerca de 1,4 milhões de óbitos ao ano, as hepatites ainda são um desafio à saúde pública, embora a vacina para a hepatite B esteja bem consolidada há cerca de 240 milhões de portadores crônicos no Brasil.
Objetivos
Avaliar a prevalência de hepatite B em um banco de sangue de Porto Alegre / RS e a correlação entre a sorologia e o teste de ácido nucleico em doadores reagentes no ano de 2017.
Delineamento e Métodos
estudo quantitativo, descritivo e retrospectivo, nos prontuários do sistema do banco de dados de um banco de sangue de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em todos os prontuários de doadores no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2017 para os marcadores sorológicos HBsAg, Anti-HBC e teste NAT.
Resultados
O total de candidatos à doação foi de 9.147. 108 bolsas foram sorologicamente reagentes, sendo 85 para o Anti-HBC e 11 para o HbsAg. Tanto as bolsas reagentes para o Anti-HBC quanto para o HbsAg foram negativas quando realizado o NAT. Apenas duas amostras foram reagentes simultaneamente para o Anti-HBC e HbsAg, as quais forem também positivas no NAT.
Conclusões/Considerações Finais
Com base nos padrões de sensibilidade e especificidade das metodologias, ressalta-se que na infecção recente o organismo apresenta os antígenos aumentados, sendo estes detectados pelo teste NAT. A fase inicial da infecção antecede a detecção de anticorpos contra o vírus. Com o tempo diminuem os antígenos e se elevam os anticorpos. Anti-HBC reagente se refere a indivíduo crônico, com títulos baixos, ou resultado falso positivo, os quais não foram confirmados pelo NAT. Já o HbsAg reagente é indicativo de infecção aguda, ou resultado falso positivo, não confirmados no NAT. A diferença entre os resultados sorológicos e NAT explicam-se tanto pela sensibilidade dos testes de triagem quanto por indivíduos portadores do vírus com alto título de anticorpos, detectáveis pela sorologia, e baixa carga viral, não detectáveis pelo NAT. Salientamos que há poucos dados na literatura para NAT já que tornou-se obrigatório só em 2016, sendo importante mais estudos.
Referências
BRASIL. Ministério de Saúde. Portaria nº 2.712 de 12 de novembro de 2013. Redefine o Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápicos. Diário Oficial da União. 2013 Nov 13; nº 221, Seção 1, 106 p. [citado em 2017 mai 20]. Disponível em: http://www.uel.br/hu/hemocentro/pages/arquivos/PORTARIA%20N%202.712%20DE%2012%20DE%20NOVEMBRO%20DE%202013.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais – 2017. Brasília, 2017. Disponível em:
MARTINS, Mateus Henrique et al. A importância do banco de sangue no cenário hemoterápico. Saúde em foco, p. 271-276, 2016.
SILVA, Alessandro Lisboa da et al. Hepatites virais: B, C e D: atualização. Rev Bras Clin Med. São Paulo, v. 10, n. 3, p. 206-18, 2012.
ZAGO, Alethea; DA SILVEIRA, Mariângela F.; DUMITH, Samuel. Prevalência de doação de sangue e fatores associados. Revista de Saúde Pública, v. 44, n. 1, p. 112-120, 2010.
Palavras-chave
Hepatite B, Marcadores sorológicos, NAT, Hemoterapia
Área
Tema livre
Instituições
Centro Universitário Metodista IPA - Rio Grande do Sul - Brasil, Laboratório Marques Pereira - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Mellyzie Assucena de Souza Calegaro, Deborah Veiga Santos, Cristine Blume Brietzke, Laura Vicedo Jacociunas