Dados do Trabalho

Título

CLINICA E EPIDEMIOLOGIA DE PACIENTES COM LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA PROVENIENTES DE AREAS ENDEMICAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO E DA FUNDAÇAO DE MEDICINA TROPICAL NO AMAZONAS

Fundamentação/Introdução

No Brasil, a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) tem elevado número de casos nas regiões Norte e Nordeste. Assim, faz-se necessário um constante monitoramento dessas áreas endêmicas em relação às suas características ambientais, econômicas e sociais para o controle estratégico da LTA.

Objetivos

Desta forma, objetivou-se analisar o perfil clínico e epidemiológico de pacientes com LTA, provenientes de áreas endêmicas dos estados do Amazonas (AM) e Pernambuco (PE) entre os anos de 2015 e 2018.

Delineamento e Métodos

Obteve-se informações de pacientes (histórico clínico e epidemiológico compatível com LTA e um ou mais testes diagnósticos positivos) atendidos na Fundação de Medicina Tropical do AM, Postos de Saúde e Serviço de Referência em Leishmanioses de PE. Preencheu-se uma ficha clínica, com informações referentes à anamnese dos pacientes, e através dos dados contidos na mesma, foi feita uma análise quantitativa de gênero, atividade laboral, grau de escolaridade, idade, local e número de lesões.

Resultados

Obteve-se um total de 213 (92 PE; 121 AM) pacientes casos, dos quais 66 (30,98%) eram do sexo feminino (37 PE; 29 AM) e 147 (69,01%) do sexo masculino (55 PE; 92 AM). A atividade laboral (185/213) teve ênfase para a agricultura (27,56%) (16 PE; 35 AM), seguida de trabalhos na construção civil (9,72%) (18 AM) e estudantes (8,65%) (15 PE; 1 AM). O grau de escolaridade (165/213) predominante foi o nível fundamental (62,42%) (29 PE; 74 AM). A média de faixa etária foi 38,5 anos de idade (11 a 73 anos). O número de lesão (195/213) da maioria foi uma única lesão (54,87%) (54 PE; 53 AM), sendo os locais do corpo (143/213) mais acometidos pernas/pés (49,65%) (29 PE; 42 AM), seguido de braços/mãos (42,65%) (9 PE; 52 AM).

Conclusões/Considerações Finais

Observou-se um maior acometimento em pacientes do sexo masculino. Apesar das mudanças no padrão de transmissão da doença para regiões periurbanas, ainda há um grande número de casos entre agricultores, que diante de suas atividades se tornam mais suscetíveis ao risco de infecção. Constatou-se que os locais do corpo de maior acometimento foram os membros, por serem áreas mais expostas ao vetor. Essas informações servem de base para um melhor entendimento da situação epidemiológica atual dessas áreas endêmicas, podendo auxiliar no controle desta zoonose, através da intensificação de ações preventivas voltadas a esses locais e a sua população.

Palavras-chave

Leishmaniose Tegumentar Americana; clínica; epidemiologia; vigilância.