I Congresso Sul Brasileiro de Biomedicina

Dados do Trabalho


Título

ALTERNATIVA PARA O TRATAMENTO DE PERDA DA INTEGRIDADE CUTÂNEA: AVALIAÇÃO DA MEMBRANA AMNIÓTICA HUMANA (hAM) E DAS CÉLULAS ESTROMAIS MESENQUIMAIS (MSCs) EM UM MODELO MURINO DE QUEIMADURA

Fundamentação/Introdução

O trauma térmico é a causa mais comum da perda da integridade cutânea, podendo resultar em incapacidade do indivíduo. Visto que o tratamento padrão-ouro de pacientes com grandes perdas cutâneas consiste no desbridamento precoce da lesão seguido de autoenxerto ou aloenxerto, abordagens limitadas, faz-se necessário o estudo de alternativas terapêuticas. A Membrana Amniótica Humana (hAM) é considerada um promissor substituto dérmico por possibilitar uma melhor condição para regeneração da ferida. Ainda, é capaz de reduzir a perda de fluidos, eletrólitos e proteínas, é uma barreira física contra a invasão bacteriana e qualifica-se como imunologicamente conveniente para aloenxertia. Nesse contexto, evidências demonstraram a participação das Células Estromais Mesenquimais (MSCs) no processo regenerativo devido a seu potencial de proliferação, diferenciação e imunomodulação.

Objetivos

O objetivo geral deste trabalho é caracterizar a hAM na ausência ou presença de MSCs como curativo biológico regenerador de lesões cutâneas.

Delineamento e Métodos

Neste estudo experimental, foram realizadas extrações de MSCs de tecido adiposo humano, obtido através de cirurgia eletiva de lipossucção de pacientes de uma unidade hospitalar e MSCs de tecido murino. A hAM, também proveniente desta unidade, foi descelularizada. As MSCs foram caracterizadas por citometria de fluxo e diferenciação em linhagens mesodérmicas. Após, as células cultivadas na hAM foram analisadas morfologicamente pela marcação com Dapi-Faloidina e sua viabilidade testada pelo ensaio do MTT (3-(4,5-Dimethylthiazol-2-yl)-2,5-Diphenyltetrazolium Bromide). A hAM descelularizada e associada às MSCs está em teste em modelo murino de queimadura. As queimaduras, realizadas com aparato adequado, são de segundo grau profundo e o tratamento (hMA ou hMA+MSCs) foi deixado em contato com a ferida por duas semanas. Após a eutanásia, analisaram-se os cortes histológicos da lesão.

Resultados

As MSCs foram isoladas, caracterizadas e semeadas sobre a hMA previamente descelularizada. Os resultados demonstraram que as MSCs foram capazes de aderir-se à hMA sem alteração morfológica e com manutenção da viabilidade. A padronização das queimaduras foi realizada e a histologia evidenciou a reepitelização inicial quando com tratamento.

Conclusões/Considerações Finais

Espera-se que a continuidade do trabalho possa confirmar a segurança e eficácia do curativo para futura aplicação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Referências

Palavras-chave

Membrana Amniótica Humana; Células Estromais Mesenquimais; Regeneração; Trauma térmico; Lesão cutânea.

Área

Tema livre

Autores

Liliana Ivet Sous Naasani, Luiza Pretto, Carla Zanatelli, Thaís Casagrande Paim, Márcia Rosângela Wink