Dados do Trabalho
Título
BACTERIAS RESISTENTES AOS CARBAPENEMICOS EM UM CENTRO DE TRATAMENTO E TERAPIA INTENSIVA : PREVALENCIA E FATORES ASSOCIADOS
Fundamentação/Introdução
As bactérias resistentes aos carbapenêmicos tornaram-se uma grave ameaça à saúde pública. Devido à produção de enzimas capazes de degradar a ação dos antimicrobianos, essas bactérias desenvolveram uma alta taxa de resistência e elevada mortalidade aos pacientes infectados.
Objetivos
Analisar a prevalência e fatores associados às infecções relacionadas a saúde (IRAS) por bactérias resistentes aos carbapenêmicos em pacientes adultos hospitalizados em um Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI).
Delineamento e Métodos
Estudo observacional, epidemiológico com delineamento transversal, quantitativo. Foram estudados pacientes com registro de IRAS, entre 2010 e 2015, hospitalizados no CTI de um hospital de referência pertencente a Associação de Municípios da Região de Laguna (AMUREL). Os prontuários eletrônicos e exames microbiológicos foram revisados. Dados demográficos, clínicos e relativos ao uso de antimicrobianos fizeram parte das variáveis de interesse.Os dados coletados foram digitados no programa Epidata versão 3.1. A associação entre variáveis categóricas foi feita pelo teste de Qui-quadrado de Pearson. A comparação entre médias foi feita pelo teste de t de Student e a comparação de medianas pelo teste de U de Mann Whitney.
Resultados
Foram incluídos 1.003 casos de IRAS, o que representa uma taxa de 12,9% de infecção hospitalar no período. A média de idade dos pacientes foi de 60±18,7 anos, 57,2% eram homens. A principal causa de hospitalização foram as doenças do aparelho circulatório (35,8%) e a mediana de hospitalização foi de 33 dias. Do total, 18,9% apresentou resistência aos carbapenêmicos. As IRAS causadas por E. coli, Staphylococcus coagulase negativa e S. aureus, Streptococcus sp e Candida sp foram os patógenos que apresentaram mais resistência aos carbapenêmicos. A resistência aos carbapenêmicos se associou a maior tempo de hospitalização (p<0,001), procedimento cirúrgico (p<0,001) uso de cateter venoso central (p=0,006) e óbito (p=0,005).
Conclusões/Considerações Finais
As taxas de prevalência e mortalidade se elevaram ao longo do período em estudo, mas houve redução da taxa de letalidade. Entretanto, houve aumento considerável de cepas resistentes aos carbapenêmicos entre 2010 e 2015. Há necessidade de otimizar o processo de diagnóstico microbiológico, a vigilância da prescrição de terapia antimicrobiana, investigação dos pacientes, capacitação dos funcionários, controle de visitantes, e desinfecção dos equipamentos médico-hospitalares.
Palavras-chave
Resistência Microbiana a Medicamentos, Carbapenêmicos, Unidades de Terapia Intensiva.
Área
Tema livre
Instituições
Universidade do Sul de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil
Autores
Gabriela Moreno Marques, Diego Zapelini Nascimento, Jane Martins Araújo Menezes, Cássia Tasca Fortuna, Fabiana Schuelter Trevisol