Dados do Trabalho
Título
HISTOPLASMOSE DISSEMINADA CUTÂNEA: UM RELATO DE CASO
Introdução/Fundamentos
A histoplasmose disseminada cutânea é uma infecção fúngica rara causada pelo Histoplasma capsulatum frequentemente observada em pacientes imunocomprometidos, como aqueles com HIV/AIDS. Devido as diversas formas potenciais de manifestação torna-se um desafio clínico seu diagnóstico, sendo crucial para evitar complicações graves e melhorar o prognóstico do paciente.
Objetivos
Relatar uma apresentação rara de Histoplasmose disseminada com acometimento cutâneo associada ao HIV em paciente acompanhada em um programa de residência de clínica médica no Estado de Pernambuco.
Descrição do Caso
E. S. S., 33 anos, admitida no serviço com queixa de tosse seca, dispneia, febre, perda de peso não quantificada e sudorese há 02 meses, com piora progressiva no mês anterior à admissão, referindo ainda diagnóstico de HIV há 01 semana da admissão, naquele momento ainda sem tratamento. Junto a isso apresentava lesões crostosas perioral, associada a disfagia e lesão indolor, de aspecto ulcerativo, em região escapular direita que surgiu há cerca de 06 meses. No momento da admissão trazia consigo estudo anatomopatológico apontando infiltrado linfo-histiocitário perivascular com cultura positiva para s. aureus e relato de tratamento prévio com levofloxacino sem melhora. Dentro desse contexto, foi iniciado TARV (abacavir, lamivudina e dolutegravir), sulfametaxazol com trimetropima e fluconazol endovenoso, assim como realizada biópsia cutânea excisional.
O resultado da biópsia cutânea evidenciou autólise e contaminação fúngica não específica, sendo necessária nova abordagem excisional para obtenção de nova amostra. Enquanto aguardávamos resultado da segunda biópsia foi iniciado tratamento com anfotericina B lipossomal e ganciclovir empiricamente, devido manutenção do quadro febril e queda do estado geral. Foi realizado estudo de imagem tomográfico que evidenciou ulceração em tecido subcutâneo com focos gasosos de permeio. Após instituição do tratamento empírico houve melhora da lesão cutânea e a da febre.
Como resultado da segunda biópsia foram evidenciados numerosos esporos fúngicos com características sugestivas de histoplasma. Então, foi mantido tratamento com a anfotericina B lipossomal por mais 14 dias em regime hospitalar e, após compensação clínica dos demais sistemas e comorbidades e cicatrização significativa da lesão, a paciente recebeu alta com itraconazol para finalização do tratamento em domicílio.
Conclusões/Considerações Finais
Dada a raridade do acometimento cutâneo da histoplasmose disseminada, principalmente em pacientes imunocomprometidos, é crucial o relato de casos clínicos para aprimorar o entendimento da doença e melhorar o manejo clínico e prognóstico desses pacientes afetados por esta infecção fúngica.
Área
Tema Livre
Instituições
Universidade Federal de Pernambuco - Campus Acadêmico do Agreste - Pernambuco - Brasil
Autores
BRUNO TENÓRIO ROCHA, BRUNO TENÓRIO ROCHA, Wagner Neves Fernandes, Bruna Raphaela Nascimento Silva, Juliana Valadares de Siqueira, Waldênio Soares da Silva Júnior