Dados do Trabalho


Título

OSTEOPOROSE SECUNDARIA A CORTICOTERAPIA NO TRATAMENTO DE MIASTENIA GRAVIS: UM RELATO DE CASO

Introdução

Miastenia Gravis (MG) é uma doença autoimune que ataca receptores nicotínicos de acetilcolina da placa neural, tratada com anticolenesterásicos e corticoterapia. Em decorrência do uso contínuo de corticosteróides, pacientes jovens podem desenvolver osteoporose, sendo essa a causa secundária mais comum, que leva a fraturas responsáveis por morbidade significativa. Por isso a avaliação do risco de fraturas associada a medidas multidisciplinares devem ser iniciadas de maneira precoce.

Objetivos

Descrever a importância da abordagem multidisciplinar em pacientes com MG que, em decorrência de seu tratamento, podem desenvolver osteoporose secundária. Além disso, destacar a atuação indispensável de cada uma das especialidades médicas participantes para trabalharem em conjunto no tratamento destes casos e, assim, evitarem graves sequelas da doença de base e das comorbidades associadas à corticoterapia.

Descrição do caso

Homem, 29 anos, buscou atendimento em agosto de 2019 ao notar fadiga respiratória e muscular durante o trabalho. Com suspeita de MG, foi encaminhado à neurologia, onde obteve o diagnóstico. Iniciou uso de Piridostigmina e de Prednisona, além de Carbonato de Cálcio e de Vitamina D para prevenção de osteoporose. Houve períodos de melhora e de piora, passando por timectomia e por plasmaférese, sempre em uso contínuo de Prednisona em doses que variaram entre 10 mg e 60 mg por 2,5 anos. Durante o acompanhamento, foi solicitada Densitometria Óssea, que indicou Z-SCORE Total e de Colo de Fêmur de -3,0, e de L1-L4 de -4,2, sendo, então, encaminhado à reumatologia. Com diagnóstico de osteoporose secundária à corticoterapia, iniciou tratamento com Risedronato de 35 mg por semana, e foi encaminhado ao ambulatório de osteoporose interdisciplinar entre endocrinologia e reumatologia. Em outubro de 2022, paciente chega à consulta relatando ter cessado trazendo exames recentes sem alterações significativas no Z-SCORE. Foi feita orientação e elevação da dose de Carbonato de Cálcio, sendo agendada nova avaliação no próximo ano.

Conclusões

A MG pode se mostrar de difícil controle, exigindo a utilização de diferentes drogas e, até, métodos invasivos. Com isso, os corticosteroides são frequentemente utilizados em altas doses, sendo o principal desencadeador osteoporose secundária, que deve ser investigada para obter-se o diagnóstico precoce e tratada com a devida atenção para evitar sequelas graves ao paciente, em um trabalho conjunto dentro da clínica médica.

Palavras Chave

Miastenia Gravis; Corticosteroides; Osteoporose; Equipe de Assistência Multidisciplinar.

Área

Trabalho

Instituições

Universidade Federal de Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil, Universidade Presidente Antonio Carlos - Minas Gerais - Brasil

Autores

BRUNO DE FREITAS RICARDO PEREIRA, AMANDA HELENA NOVAES SALDANHA RUY DE ALMEIDA, ANA CLARA ABREU LIMA DE PAULA, SOFIA LUCAS SOUZA, GABRIELLY ROZANE LOPES LITTER