Dados do Trabalho
Título
PÓS-OPERATÓRIO DE DISSECÇÃO DE AORTA TIPO A EVOLUINDO COM QUADRO HEMOLÍTICO AGUDO
Introdução
A dissecção aórtica aguda (DAA) é uma emergência na qual uma súbita ruptura da camada média da aorta permite o fluxo sanguíneo na túnica média, criando uma falsa luz. Pode ser classificada anatomicamente como Stanford A (acometimento da aorta ascendente) ou Stanford B (acometimento distal à artéria subclávia esquerda). A DAA tipo A manifesta por dor torácica progressiva, migratória, de início súbito e de grande intensidade. A tomografia computadorizada (TC) de abdômen e tórax é o exame de imagem preferencial para o diagnóstico. Sendo necessária intervenção cirúrgica urgente em todas as DAA tipo A.
Objetivos
Relatar um caso de uma Dissecção de Aorta no Puerpério que evoluiu Anemia Hemolítica Aguda com prótese valvar normofuncionante no pós-operatório da correção cirúrgica de aorta ascendente.
Descrição do caso
L.A.M, 41 anos, diagnosticada no puerpério, em agosto de 2021, com dissecção de aorta tipo A de Stanford, tipo I de Debakey - acometendo da raiz da aorta as artérias ilíacas após dor torácica intensa com irradiação para dorso. Paciente foi submetida a correção da dissecção na aorta ascendente em fevereiro de 2022, Bentall mecânico. No pós-operatório o Ecocardiograma Transtorácico (ECOTT) evidenciou prótese aórtica normofuncionante. Todavia, após 2 meses, paciente evoluiu com queda progressiva de Hemoglobina (HB) e provas de hemólise positivas. Foram solicitados exames complementates seriados para o rastreio desta complicação, como ECOTT e Angiotomografia Computadorizada de Tórax. Foi requisitado parecer hematológico, reumatológico e vascular, descartando doença primária, anemia de cunho não imunológico, indicação de abordagem conservadora e transfusão (totalizando 24 transfusões). ECOTT de maio de 2022, mostrou prótese aórtica normofuncionante e estenose na região da anastomose do tubo de dacron com arco aórtico, com frêmito e turbilhamento de sangue na região. Paciente foi então diagnosticada com anemia hemolítica não imune pós-cirurgia de Bentall, a conduta escolhida foi a aortotomia com correção de anastamose de arco aórtico em junho de 2022. Após o tratamento final, a paciente obteve melhora, com ascensão da HB e hematócrito, bilirrubina e reticulócitos normais. Recebendo alta e dando seguimento ambulatoriamente.
Conclusões
Diante deste caso, ressalta-se a importância da investigação insistente da etiologia e do desfecho, uma vez que, o sangramento representa uma das complicações pós-operatório de maior incidência em paciente com DAA, prolongando o tempo de internação e risco de morte.
Palavras Chave
Dissecção de Aorta, Anemia Hemolítica, Cirurgia Cardíaca, Complicações do Trabalho de Parto
Área
Trabalho
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - Piauí - Brasil
Autores
IGOR LEONARDO VIEIRA CAETANO, THALITA DA ROCHA CARDOSO, ALBA CLARA VASCONCELOS LEOPOLDO FEITOSA, EDEMIR VERAS DE CARVALHO JUNIOR , GUILHERME PARENTE LIRA