Dados do Trabalho
Título
ANALISE DA CORRELAÇAO ENTRE INTENSIDADE E CRONICIDADE DA DOR CRONICA E OS ESTADOS SOCIAIS, PSICOLOGICOS E DE AUTOCOMPAIXAO DE PACIENTES COM DOR CRONICA
Introdução
A dor crônica (DC) é definida como aquela dor que dura por um período maior do que três meses. A DC tem prevalência de um terço da população e é considerada um grave problema de saúde pública, causando prejuízos pessoais e sociais, tais como: depressão, ansiedade e diminuição da produtividade laboral. Maiores níveis de apoio social, assim como de autocompaixão, habilidade de se estar aberto ao sofrimento com uma motivação gentil para aliviá-lo, apresentaram relação com menos sintomas depressivos e menor intensidade da dor. Dada a relevância da DC, há necessidade de busca por novos conhecimentos, para criação e aprimoramento de intervenções terapêuticas.
Objetivos
Verificar se há correlação entre intensidade da dor, seu tempo de cronicidade, o estado de autocompaixão do paciente e a presença de ansiedade, depressão e o estado de apoio social do paciente.
Delineamento e Métodos
Trata-se de um estudo transversal, com pacientes da Clínica da Dor de São José do Rio Preto com idade de 18 anos ou mais. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética responsável. Os dados foram coletados entre 01/11/2021 e 31/05/2022. A amostra obtida foi de 30 pacientes. Para verificação da normalidade dos dados quantitativos foi utilizado o Teste de Kolmogorov Simirnov. A partir daí, foram realizadas as análises estatísticas dos dados quantitativos e qualitativos. O valor considerado estatisticamente significativo é de P ≤ 0,05.
Resultados
Foi constatada diferença estatística entre a intensidade da dor e o nível de depressão, comparando-se os grupos quanto à intensidade da dor moderada e alta (Mann Whitney; p= 0,02). Houve diferença entre o tempo de dor e a intensidade da dor (Kruskal-Walis; p=0,006), comparando-se os grupos de 1 a 5 anos, 6 a 10 anos e mais de 10 anos de dor. Verificou-se correlação negativa entre autocompaixão e o indicador de ansiedade (Mann-Whitney; p= 0,01), assim como entre autocompaixão e o indicador de depressão (Mann-Whitney; p= 0,03), comparando-se os grupos quanto ao score de autocompaixão. Por fim, houve correlação positiva entre autocompaixão e o indicador de apoio social (t- Teste; p= 0,0005).
Conclusões
Corroborando a literatura médica prévia é sugerido correlação positiva entre intensidade da dor e o grau de depressão. A autocompaixão foi negativamente relacionada à ansiedade e depressão e positivamente associada ao nível de apoio social. Os fatores psicossociais parecem formar uma complexa trama de interações, que caracterizam DC e influem na maneira como ela é vivenciada pelo paciente.
Palavras Chave
Dor Crônica
Intensidade da Dor
Autocompaixão
Depressão
Ansiedade
Apoio Social
Área
Trabalho
Autores
MURILO SABOIA FERREIRA, RANDOLFO DOS SANTOS JUNIOR, JOSE EDUARDO NOGUEIRA FORNI