Dados do Trabalho

Título

PSEUDOLIPOMA DA CAPSULA DE GLISSON: RELATO DE CASO

Introdução

A Cápsula de Glisson consiste em uma cápsula fibrosa localizada subperitonealmente revestindo o órgão, e é composta por tecido conjuntivo denso e não modelado e inervada pelas fibras simpáticas de T7 a T10. O mesmo tecido que forma a cápsula de Glisson penetra o fígado delimitando os espaços-portas e, nesse caso, é chamada de placa limitante. Infrequentemente, existem relatos de tumores acometendo essa estrutura, quase sempre, mimetizam grosseiramente uma metástase hepática projetando-se da superfície do órgão. Sua etiologia ainda não é completamente elucidada, a primeira descrição na literatura de um pseudolipoma da cápsula de Glisson ocorreu em 1891, em que Humpry Rolleston correlacionou o surgimento da massa a partir de um pedaço de gordura colônica que se alojaria e sofreria alterações degenerativas até ser coberto pela cápsula.

Objetivos

O intuito deste trabalho é relatar um caso raro de pseudolipoma da Cápsula de Glisson, bem como sua apresentação clínica, diagnóstico e conduta.

Descrição do caso

Paciente feminina, 28 anos, previamente hígida, sem comorbidades, procura ambulatório de gastroenterologia após 6 meses com quadro de dor abdominal mal caracterizada, sem irradiação e piora com esforço físico. Nega correlação com alimentação. Inicialmente foram solicitados exames laboratoriais e ultrassom de abdome superior.Paciente não apresentava alterações laboratoriais e ultrassom de abdome também sem anormalidades. Paciente persistia com quadro álgico. Foi então, solicitada uma tomografia computadorizada de abdome com contraste que evidenciou um nódulo mal caracterizado no fígado. Sendo assim, paciente realizou uma RM abdome superior que evidenciou um pseudolipoma da cápsula de Glisson, no dômus do segmento VIII, medindo 0,8cm. Fígado de morfologia, dimensões e contornos normais. Definida conduta expectante e o analgesia sob demanda para a paciente, com melhora das queixas. Paciente mantém se em seguimento clínico.

Conclusões

Devido a rara apresentação de quadros semelhantes, e consequentemente escassez de descrições literárias, sendo as existentes com prevalência de casos benignos, opta-se pela conduta expectante e acompanhamento clínico regular. É de suma importância que apesar de raros, outros casos sejam relatados e compartilhados com a comunidade científica internacional, visando promover avanços nas condutas médicas e diagnósticas, e consequentemente promovendo a melhoria na qualidade de vida desses pacientes.

Palavras Chave

Pseudolipoma; Cápsula de Glisson; tumor benigno.