Dados do Trabalho


Título

ANGIOEDEMA DE FACE APOS APLICAÇAO ESTETICA DE ACIDO HIALURONICO EM MULHER DIAGNOSTICADA COM MIELODISPLASIA: UM RELATO DE CASO

Introdução

As Síndromes Mielodisplásicas (SMD) são desordens hematológicas adquiridas cuja forma secundária, frequentemente relacionada a tratamentos químio/radioterápicos, ocorre, na minoria dos pacientes. Os quimioterápicos são capazes de causar reações de hipersensibilidade, sendo a do tipo I a mais comum, e cursa com urticária, angioedema, broncoespasmo e anafilaxia.

Objetivos

Relatar caso de uma paciente, diagnosticada com SMD, que evoluiu com angioedema de face após submissão a procedimento estético com ácido hialurônico.

Descrição do caso

S.F., 45 anos, sexo feminino realizou aplicação estética de ácido hialurônico em região malar bilateralmente, e após, notou edema endurecido, de característica transitória, com calor local associado, dor e hiperemia, principalmente a esquerda. Em investigação para quadro de dispneia, astenia, perda ponderal, fadiga e palpitações, procurou hematologista e exames laboratoriais evidenciaram anemia, plaquetopenia e presença de blastos (12%) e o Mielograma e a Imunofenotipagem permitiram o diagnóstico de SMD. Após a primeira sessão de quimioterapia (Qxt), realizada com Citrabina evoluiu com piora do edema e hiperemia local e dor em hemiface esquerda, com queda do estado geral. Na admissão, realizou tomografia de face que evidenciou aumento de partes moles, densificação da gordura do tecido subcutâneo da região malar esquerda associada a coleção hipoatenuante. Foi realizada drenagem de coleção purulenta e internação hospitalar para antibioticoterapia endovenosa. Em uso de Ceftriaxona e Clindamicina, porém, houve piora do quadro de edema, queda do estado geral e broncoespasmo com necessidade de oxigênio suplementar. O caso foi conduzido em Unidade de Terapia Intensiva com escalonamento de antibiótico para Meropenem e Vancomicina e corticoterapia com Metilprednisolona, ocorrendo melhora progressiva do caso.

Conclusões

A abordagem do caso foi delicada pois se tratava de paciente com neoplasia hematológica que apresentou reação de hipersensibilidade com angioedema grave em face e sepse de foco cutâneo. A introdução da corticoterapia foi bastante ponderada pois havia a necessidade de tratar o quadro alérgico, porém, havia o risco da depressão do sistema imune na vigência de infecção. Vale destacar que em nenhum momento houve indicação de corticoide pela sepse, uma vez que a paciente não apresentou choque séptico tampouco choque séptico refratário.

Palavras Chave

Leucemia Mieloide Aguda e Síndrome Mielodisplásica; Angioedema

Área

Trabalho

Autores

ANNA CLARA DE MELO SOUSA FERRO, ENRICO DE LOSSO SENEME, MARIA FERNANDA ROSA DEZAN, MARIANA BRITO DE JESUS, LUIZ ALVES BARRETO PEREIRA