Dados do Trabalho


Título

POLICONDRITE RECIDIVANTE EM PACIENTE COM LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO: RELATO DE CASO

Introdução

O Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune multissistêmica com potencial de acometimento de múltiplos órgãos. A Policondrite recidivante (PCR) é uma doença rara e sua associação com LES é infrequente na prática clínica.

Objetivos

Descrever um relato de caso da rara associação entre LES e PCR em uma paciente acompanhada no ambulatório de reumatologia de um centro universitário.

Descrição do caso

Paciente feminino, 59 anos, iniciou em agosto de 2018 quadro de poliartrite em pequenas e médias articulações em membros superiores e membros inferiores. Apresentava rash malar, úlceras orais, alopécia e fenômeno de Raynaud. Sem outros acometimentos sistêmicos. Como antecedentes pessoais, apresentava: 3 gestações com histórico de 2 abortamentos, HAS, cervicalgia crônica, síndrome do túnel do carpo, fibromialgia, osteoartrite de joelhos mãos, hipotireoidismo, retocolite ulcerativa. Exames laboratoriais: FAN positivo padrão nuclear homogêneo maior que 1:640, Anti-Nucleossomo positivo e Anti-beta2 glicoproteína I IgG de 45 U/mL (reagente maior que 20). Demais autoanticorpos foram negativos. Observou-se, RX evidenciando lesões osteodegenarativas. O quadro clínico preencheu os critérios ACR/EULAR de 2019 para Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), sendo o acometimento articular mais importante. Assim, iniciou-se hidroxicloroquina, metotrexato e prednisona. Em 2019, apresentou períodos de piora do quadro de poliartrite, com melhora com uso de corticoide injetável (betametasona). Em agosto de 2020, apresentou dois episódios de condrite de orelha esquerda, tratados inicialmente com antibiótico no pronto-socorro, mas sem melhora clínica. Fez-se hipótese diagnóstica de policondrite recidivante e introduziu-se prednisona de 0,5 mg/Kg/dia por 45 dias. Diante da melhora clínica em avaliação de retorno, optou-se por aumentar a dose de metotrexato para 15 mg por semana, associado à diminuição progressiva da dose prednisona até 5 mg. Em março de 2021, optou-se por realizar o desmame gradativo da dose de corticoide até sua suspensão. Desde meados de 2021, a paciente encontra-se sem atividade do LES e sem recidiva da policondrite, porém, em setembro de 2021, foi necessário suspender a hidroxicloroquina por maculopatia.

Conclusões

O caso retrata aspectos relevantes para associação entre LES e PCR, que podem auxiliar no melhor conhecimento da patogênese, diagnóstico e futuras diretrizes para tratamento.

Área

Trabalho

Autores

RAISSA KAORI IKEDA, ALINE FERNANDES BASSÔTO, GUILHERME CUNHA SANTIAGO, ANTÔNIO SILAIDE DE ARAÚJO JÚNIOR, MARLA FRANCISCA DOS SANTOS