Dados do Trabalho


Título

ARTRITE GOTOSA REFRATARIA, UM DESAFIO CLINICO: RELATO DE CASO

Introdução

A gota é descrita pelo excesso de cristais de urato monossódico em articulações e tecidos periarticulares, acometendo mais indivíduos do sexo masculino entre 40 e 50 anos, principalmente quando associado a uma comorbidade prévia. A gota refratária é estabelecida quando os sintomas persistem associados a valores de ácido úrico acima da meta terapêutica mesmo em uso de esquema terapêutico adequado. Existem quatro estágios da doença: Hiperuricemia assintomática, gota aguda, intercrítica e crônica, sendo que crises repetidas e sem tratamento evoluindo com deposição de cristais de monourato de sódio, este denominado Tofo, apresentando destruição tecidual, limitações na mobilidade articular, sendo denominado como Gota Tofácea Crônica. Há uma relação entre os níveis de urato sérico e doença renal crônica, sendo que a hiperuricemia pode ser causa ou consequência da redução da taxa de filtração glomerular. No Brasil, a armada terapêutica disponível para o tratamento da Gota encontra-se limitada comparado aos guidelines internacionais.

Objetivos

Demonstrar a relevância da ampliação do manejo da artrite gotosa no Brasil. Evidenciar a importância do tratamento adequado em crises agudas, a fim de evitar complicações crônicas.

Descrição do caso

R.D.M.P., 42 anos, pintor, acompanhamento no serviço de Reumatologia devido diagnóstico de Gota tofácea há 10 anos, associado a Doença Renal Crônica estádio 4, decorrente do uso abusivo de anti-inflamatórios não esteroidais, em uso Alopurinol 900mg associado a Benzobromarona 100mg e prednisona ao dia, mantendo crises recorrentes e limitações de mobilidade em quirodáctilos, com hipotrofia tenar por compressão carpal por tofos.

Conclusões

Atualmente para o manejo da crise aguda utiliza-se Anti-Inflamatórios Não Hormonais, Corticoesteroides e Colchicina. No momento não há um consenso brasileiro para tratamento de gota, assim conforme a disponibilidade local, mantendo como medida hipouricemiante em primeira linha, o uso de inibidores da xantina oxidase (Alopurinol) e em casos refratários, o uso de úricosuricos (Benzobromarona). Em âmbito mundial, os recursos terapêuticos são mais amplos e fundamentam-se no uso de Inibidores de Interleucina-1, Inibidores Alternativos da Xantina Oxidase (febuxostate) e Uricase recombinantes como a Pegloticase em pacientes refratários. Medicações estas, até o momento, não licenciados no Brasil, tornando limitadas as opções terapêuticas à Artrite Gotosa Refratária.

Palavras Chave

Refratária, Doença Renal Crônica, Gota Tofácea

Área

Trabalho

Instituições

Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino - FAE - São Paulo - Brasil

Autores

VINICIUS DE OLIVEIRA MARIOTTONI, MARIANA CRISTINA MACIEL PINHO, KAROLYN CARVALHO FIGUEIREDO SANTOS, FERNANDA BONI XAVIER, CAIO LAGUNA REIS CARVALHO