Dados do Trabalho


Título

UTILIZAÇAO DO COEFICIENTE DE GINI PARA A ANALISE DA VARIABILIDADE DA FREQUENCIA CARDIACA EM INDIVIDUOS DOENTES E SAUDAVEIS

Introdução

A Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) é um método indireto da avaliação do Sistema Nervoso Autônomo: como regra geral, quanto maior a VFC, maior a capacidade do sistema cardiovascular do indivíduo se adaptar às variações produzidas no meio e, portanto, melhor sua condição de saúde, e vice-versa. O Coeficiente de Gini, por sua vez, é uma ferramenta estatística muito utilizada na Economia para quantificar o grau de variação de valores pertencentes a um grupo (quanto maior o índice, maior variação presente) e, assim sendo, por analogia inversa com o aspecto da variabilidade, poderia ser útil também para mensurar a VFC, tanto em pacientes saudáveis, quanto nos doentes.

Objetivos

Avaliar a representatividade do coeficiente de Gini na análise da VFC considerando-se que, quanto maior o coeficiente de Gini (maior variação entre os valores), melhor estará o estado de saúde e, quanto menor o coeficiente de Gini, pior o estado de saúde.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo quantitativo e transversal, em que foram reanalisadas 245 séries temporais de batimentos cardíacos de indivíduos sadios e doentes (renais crônicos, pacientes internados em UTI, portadores de hiperidrose, adultos jovens saudáveis e crianças em atendimento ambulatorial pediátrico). Dentre as diversas variáveis da VFC dos domínios do tempo, da frequência e da não-linearidade foram destacadas no estudo a RMSSD, a SD1 e os componentes da dinâmica simbólica (0V%, 1V% e 2V%).

Resultados

As variáveis RMSSD e SD1 mostraram correlação com a condição clínica uma vez que indivíduos com insuficiência renal crônica em programa de diálise compuseram o subgrupo com maior comprometimento homeostático, sendo os jovens saudáveis e as crianças os com melhor desempenho autonômico. Os pacientes com hiperidrose ocuparam posição intermediária. A análise pela dinâmica simbólica mostrou que a variável 0V pode ser considerada um bom marcador de atividade simpática, uma vez que na hiperidrose essa situação foi preponderante. O coeficiente de Gini exibiu alto grau de sensibilidade em relação ao grau de comprometimento clínico.

Conclusões

A análise da VFC permitiu diferenciação do grau de comprometimento clínico entre os diferentes grupos estudados e na estimativa dos predomínios simpático ou parassimpático. O Coeficiente de Gini mostrou-se útil na caracterização da maturação autonômica funcional e na disfunção autonômica progressiva, de acordo com a condição clínica.

Palavras Chave

Variabilidade da Frequência Cardíaca, Sistema Nervoso Autônomo, Coeficiente de Gini.

Área

Trabalho

Autores

BEATRIZ ARID RUDNICK, MOACIR FERNANDES DE GODOY