Dados do Trabalho

Título

SINDROME NEUROLEPTICA MALIGNA ACOMETENDO PACIENTE SEM COMORBIDADES PSIQUIATRICAS - RELATO DE CASO

Introdução

A Síndrome Neuroléptica Maligna (SNM) caracteriza-se por ser uma das principais complicações do uso de antipsicóticos, sobretudo os de primeira geração apresentando-se como um efeito raro e potencialmente fatal.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente internada em enfermaria de clínica médica sem uso prévio de medicações anti-psicóticas, porém evoluindo com SNM devido contenção química inadequada em Pronto-Socorro.

Descrição do caso

Paciente do sexo feminino, 59 anos, sem comorbidades prévias e medicação de uso contínuo, trazida ao pronto atendimento por familiares que relataram quadro de confusão mental, agitação psicomotora e discurso desorganizado há 3 dias. No dia anterior à chegada da paciente ao serviço, eles teriam procurado outro pronto atendimento devido ao quadro descrito anteriormente, foi medicada com antipsicótico até melhora da agitação, recebendo alta do serviço no mesmo dia. Ao exame admissional paciente encontrava-se torporosa, com conteúdo de pensamento desorganizado. Não havia déficits neurológicos focais em avaliação. Possuía discurso delirante e autocuidado prejudicado. Como medidas iniciais foram realizadas contenção física e química com antipsicótico e anti histamínico de horário. Em investigação laboratorial inicial apresentava um aumento de CPK, hipernatremia e hipocalemia. Triagem infecciosa, incluindo análise liquórica, foi negativa. Tomografia de crânio sem alterações. Durante período em que esteve internada em pronto atendimento, evoluiu com importante injúria renal aguda, picos hipertensivos, taquicardia, febre e rigidez muscular generalizada, seguido de rebaixamento do nível de consciência com necessidade de intubação orotraqueal associada à ventilação mecânica. Paciente foi transferida para unidade de terapia intensiva e foi aventada a hipótese diagnóstica de SNM. Como tratamento foi realizada a suspensão imediata do antipsicótico e anti-histamínico e introdução de benzodiazepínicos (BZD). Após estabilidade clínica e resolução do quadro recebeu alta para a enfermaria de psiquiatria. Durante o período em que esteve na enfermaria foi avaliada pela equipe de psiquiatria que introduziu BZD de horário e, após uma semana, paciente recebeu alta hospitalar.

Conclusões

A SNM é um desafio diagnóstico. O relato apresentado evidencia a importância do conhecimento dessa entidade e sua busca ativa em casos de pacientes usuários de medicações anti-psicóticas com piora clínica importante.

Palavras Chave

Antipsicóticos, Creatinofosfoquinase, Síndrome Neuroléptica Maligna