Dados do Trabalho
Título
PERCEPÇAO DE PACIENTES SOBRE A COMUNICAÇAO DE MEDICOS CLINICOS E CIRURGIOES EM HOSPITAL UNIVERSITARIO.
Introdução
A maneira de transmitir informações é essencial na relação médico-paciente, pois a boa comunicação reduz queixas por práticas inadequadas e preocupações dos pacientes, e melhora a adesão aos tratamentos e a recuperação da saúde. Porém, não são raras as insatisfações dos pacientes sobre esse assunto. Portanto, identificar as características da comunicação com pacientes hospitalizados é fundamental.
Objetivos
O objetivo deste trabalho foi avaliar a percepção dos pacientes internados em um complexo hospitalar sobre a comunicação de médicos clínicos e cirurgiões durante o período de internação.
Delineamento e Métodos
Trata-se de estudo transversal, descritivo e analítico, do tipo inquérito, com aplicação de um questionário com perguntas sobre a comunicação geral do médico clínico ou cirurgião. O instrumento foi construído pelos pesquisadores e respondido por 120 pacientes adultos. Realizaram-se análises de frequência e estatística dos resultados encontrados.
Resultados
Dos 120 pacientes, 53,33% (n = 64) foram internados na clínica cirúrgica e 46,67% (n = 56) na clínica médica. Os pacientes relataram respostas mais negativas do que positivas em questões referentes a: informações sobre os efeitos colaterais dos medicamentos (66%), orientações de procedimentos pós-cirúrgicos (68,75%) e informações sobre promoção e prevenção da saúde no ambiente hospitalar (63,33%). A clínica cirúrgica teve proporções de respostas positivas significativamente menores para: “O médico disse o nome dele” (p < 0,01; OR: 0,33; IC95% 0,15-0,76); “O paciente foi informado sobre como será seu tratamento” (p = 0,02; OR: 0,38; IC95% 0,17-0,87); e “O paciente foi informado sobre a necessidade de realizar exames” (p = 0,02; OR: 0,40; IC95% 0,18-0,90), que se mantiveram significativas. Não se observaram diferenças significativas para as demais questões. Na análise da questão “Que nota você daria para a comunicação geral do médico?”, verificou-se valor significativamente maior (p = 0,007) para a clínica médica (média 4,46 ± 0,76) quando comparada à clínica cirúrgica (média 4 ± 1,19).
Conclusões
A comunicação médico-paciente apresentou déficits significativos tanto com clínicos quanto com cirurgiões. Por isso, é necessário que as escolas médicas ofereçam para os discentes o desenvolvimento dessa competência. Além disso, para uma generalização adequada dos resultados encontrados, novos estudos precisam ser realizados em níveis diferentes do cuidado médico e da relação médico-paciente.
Palavras Chave
1. Especialidade Médica; 2. Comunicação em Saúde; 3. Relações Médico-Paciente.
Área
Trabalho
Instituições
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) - São Paulo - Brasil
Autores
CARLOS HENRIQUE NOVELINO DE OLIVEIRA, MILENA REGINA DOS SANTOS PEREZ, MIRELE CRISTINE SANTOS DE OLIVEIRA, NARA LÍGIA FORESTIERI SETTE, CLARI JÚLIA MASTROPIETRO CAVICHIOLI