Dados do Trabalho
Título
INSUFICIENCIA CARDIACA SECUNDARIA A CRISE TIREOTOXICA: RELATO DE CASO
Fundamentação teórica/Introdução
A crise tireotóxica (CT) é a complicação mais grave do hipertireoidismo, caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas secundários à hipersecreção aguda e inapropriada de hormônios tireoidianos. Apresenta altas taxas de mortalidade (até 30%), mesmo quando se institui a terapêutica adequada em tempo hábil. A insuficiência cardíaca (IC) é uma complicação grave, geralmente de alto débito, que pode se apresentar como cardiomiopatia dilatada com fração de ejeção (FEVE) reduzida, podendo resultar em colapso cardiovascular e choque cardiogênico.
Objetivos
Descrever um caso de miocardiopatia tireotóxica (MT) à comunidade científica, visto que trata-se de uma condição pouco prevalente e de elevada morbimortalidade caso sejam instituídos diagnóstico e tratamento tardios.
Delineamento e Métodos
Trata-se de um relato de caso, retrospectivo, observacional, de aspecto descritivo
Resultados
Paciente feminina, jovem, previamente hígida, admitida em pronto atendimento com quadro de taquiarritmia (ritmo flutter atrial em eletrocardiograma), dor torácica e dispneia aos mínimos esforços, com congestão ao exame físico. Há três meses, a mesma havia iniciado sintomas exoftalmia, taquicardia, ansiedade e insônia, com piora nas últimas três semanas e diagnóstico de hipertireoidismo após investigação ambulatorial (TSH 0,03 e T4 livre 5,4), iniciados Propranolol e Tapazol. Ecocardiograma (ECOTT) prévio com FEVE de 79,2% e insuficiência tricúspide discreta. Durante a internação, evidenciado TSH 0,01 e T4 livre 3,9, pro-BNP 3290 e ECOTT com FEVE de 50%, disfunção diastólica, insuficiência tricúspide importante, hipertensão pulmonar, aumento de câmaras direitas e derrame pericárdico discreto. Angiotomografia de tórax negativa para tromboembolismo, com derrame pleural bilateral. Considerada hipótese de IC aguda por CT, com manejo do hipertireoidismo e controle dos sintomas congestivos. Após estabilidade do quadro, já em ritmo sinusal, paciente teve alta em uso de Propranolol, Espironolactona, Enalapril e Furosemida, com ECOTT ambulatorial retornando ao padrão basal, 3 meses após a alta hospitalar.
Conclusões/Considerações Finais
Mesmo com tratamento adequado e em tempo hábil, a CT apresenta alta mortalidade. Assim, os pacientes com hipertireoidismo devem ser instruídos a buscar atendimento médico brevemente quando sinal ou sintoma de alarme presente, visto que o tratamento do mesmo pode recuperar a MT de forma leve até sua resolução completa.
Palavras Chave
Tireotoxicose, Crise tireotóxica, Hipertireoidismo, Insuficiência cardíaca, Miocardiopatia tireotóxica.
Arquivos
Área
Clínica Médica
Categoria
Relato de Caso
Instituições
Hospital de Base de São José do Rio Preto - São Paulo - Brasil
Autores
RAFAELA GEROZA COELHO GOIATO, RAYANNE KALINNE NEVES DANTAS, THAINÁ PERASSOLO MARTINEZ, LUIZA CAVALERO NOSSE, EDUARDO CAETANO ABUJAMRA