Dados do Trabalho
Título
DISCITE COM ABSCESSOS PARAVERTEBRAIS E ARTRITE SEPTICA EM PACIENTE ASSOCIADA A TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE – DESAFIOS DIAGNOSTICOS
Fundamentação teórica/Introdução
A artrite séptica afeta principalmente comórbidos ou imunocomprometidos, sendo o Staphylococcus aureus (S. aureus) o principal patógeno. Tuberculose extrapulmonar também acomete com maior frequência pacientes imussuprimidos, demandando investigação nesse sentido.
Objetivos
Relatar caso incomum de discite com abscesso paravertebral e artrite séptica em indivíduo imunocompetente, e sua investigação diagmóstica.
Delineamento e Métodos
Relato de caso clínico.
Resultados
Paciente masculino, 68 anos, branco, hipertenso, diabético tipo II e com história prévia de tuberculose pulmonar com tratamento inadequado (interrompeu por conta própria aos 2 meses). Apresentou intensa dor lombar e limitação de movimentos, há 20 dias, um episódio de febre aferida (38ºC) e diversos referidos, e perda ponderal de 10Kg em 1 mês. Foi diagnosticado, após RMN, com discite (L2-L3) e abcessos paravertebrais comprometendo o músculo psoas maior. Apresentava também dor intensa e edema em joelho esquerdo, com limitação de movimento. Auscultado sopro cardíaco e, no hospital, ocorreu bacteremia e febre presenciadas pela equipe. Suspeitado de endocardite infecciosa, sem preenchimento dos critérios de Duke (apenas uma hemocultura periférica positiva para S. aureus, ecocardiografia sem vegetações e apenas calcificação valvar aórtica). Artrocentese diagnóstica do joelho apontou S. aureus sensível a Ceftriaxone e Vancomicina (ambos já iniciados empiricamente devido à discite), confirmando artrite séptica, além de Adenosina deaminase marcadamente elevada (ADA = 199,8U/L), o que sugere tuberculose articular. Com ausência de melhora do joelho apesar da antibioticoterapia e da melhora gradual da condição axial, revisou-se extensamente a literatura e iniciou-se RHZE, obtendo melhora gradual e sustentada após o 10º dia de tratamento. Após 7 semanas de antibioticoterapia, o paciente foi submetido a neurocirurgia para fixação vertebral devido ao dano causado pelo abscesso. O único fator de risco para infecção estafilocócica disseminada foi história de lesões de pele nos antebraços por reação alérgica, ulceradas e infectadas secundariamente, 60 dias antes do quadro (tendo sido utilizado Cefalexina 7 dias). A imunidade do paciente foi investigada extensivamente, sem achados que sugiram supressão para justificar quadro de tuberculose extrapulmonar e co-infecção de múltiplos sítios por S. aureus.
Conclusões/Considerações Finais
Anamnese e exame físico cuidadosos são os marcos dos diagnósticos diferenciais, os quais serão descartados ou confirmados através da propedêutica armada.
Palavras Chave
Tuberculose extrapulmonar
Infecção estafilocócica
Paciente imunocompetente
Arquivos
Área
Clínica Médica
Categoria
Relato de Caso
Instituições
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
CARLA ALBERICI PASTORE, LUANA FERREIRA VASQUES, GIORGIA LABATUT