Dados do Trabalho
Título
AMPUTAÇAO DE MEMBRO DEVIDO USO EXCESSIVO DE NORADRENALINA: RELATO DE CASO
Fundamentação teórica/Introdução
As drogas vasoativas são fundamentais em casos de hipotensão refratária a reposição volêmica, de modo que restauram a perfusão vascular, sendo muito usadas em situações emergenciais. Entretanto, o uso inadequado pode levar a muito efeitos adversos, como vasoconstrição excessiva renal, mesentérica e periférica, hemorragia cerebral, parada cardíaca, morte súbita, além de necrose tecidual, podendo chegar a uma amputação de membro.
Objetivos
Apresentar caso de uso excessivo de noradrenalina que culminou em amputação de membro.
Delineamento e Métodos
Relato de caso.
Resultados
Feminino, 24 anos, gestante de 29 semanas e 6 dias, sem comorbidades. Paciente iniciou quadro de dor lombar e dor abdominal, que em 2 dias evoluiu com episódios febris, sendo evidenciado bacteriúria e internação para realização de antibiótico endovenoso (ceftriaxona). Após 4 dias do início do quadro apresentou mal estar, dor torácica, hipossaturação, taquicardia, hipotensão e taquipneia, sendo encaminhada para cuidados intensivos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), devido quadro dechoque séptico e Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA). No mesmo dia evoluiu com acidose metabólica grave e teve antibioticoterapia trocada para Tazocin® (piperacilina sódica e tazobactam sódico), além de iniciar uso de corticoides e noradrenalina 13 ml/h. Foi identificado padrão sinusoidal em cardiotocografia, encaminhada para cesárea de emergência, com risco iminente de morte materna e fetal. Após 3 dias de internamento em UTI começou a apresentar isquemia em pé direito, e no 9° dia evoluiu com dor intensa tipo queimação, isquemia e tecido necrótico em pododáctilos e região distal plantar, além de descamação em dorso e planta de pé com fundo hiperemiado; entretanto, teve melhora das funções orgânica, recebendo alta da UTI. No 14° dia foi realizada amputação transmetatarsiana no pé direito, com remoção de pele e subcutâneo do dorso do pé, área cruenta ficou aberta e coberta com Membracel, gazes e ataduras. Teve alta hospitalar 1 mês após internamento em UTI.
Conclusões/Considerações Finais
As drogas vasoativas estão no dia a dia dos médicos, com isso faz-se necessário a discussão das doses terapêuticos e potenciais efeitos adversos.
Em virtude da gravidade do caso apresentado, é importante trazer tal temática para se discutir em congressos, visando a melhora do manejo terapêutico dos profissionais e alertá-los quanto prognósticos catastróficos.
Palavras Chave
Drogas vasoativas, necrose, amputação.
Arquivos
Área
Clínica Médica
Categoria
Relato de Caso
Autores
KAMILA CRISTINA MOREIRA, ANA RAFAELA GUERRIERI MELO, LUIZ ANTÔNIO MARTENS MOKFA, MARIA EDUARDA MARAFON