Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇAO DA SINDROME DE ABSTINENCIA TABAGICA EM PACIENTES INTERNADOS POR DOENÇAS RESPIRATORIAS NO ANO DE 2022.

Fundamentação teórica/Introdução

Introdução: Abstinência tabágica é extremamente frequente em setores de internação Hospitalar. Infelizmente, seus sintomas ainda são tratados de forma secundária em muitos serviços e hospitais. No entanto, sua presença está intimamente relacionada à piora da dor, delirium, e até mesmo eventos cardiovasculares secundários à hipertensão arterial.

Objetivos

Objetivos: Descrever a prevalência de medidas preventivas em relação à abstinência tabágica, assim como descrever os principais métodos utilizados e o perfil dos pacientes em relação ao tabagismo atual e prévio.

Delineamento e Métodos

Métodos: Foi realizada coleta de dados de 86 pacientes em ambulatório de pneumologia durante o ano de 2022. Os dados em relação à abstinência tabágica foram retirados de prontuários eletrônicos (Micromed) com questionário com perguntas diretas em relação à presença de sintomas até 3 meses após a internação, assim como perfil de tabagismo.

Resultados

Resultados: Dos 86 pacientes com descrição de sintomas compatíveis com abstinência tabágica, em 61 foram utilizados adesivos de Nicotina, sendo que nos demais 25 pacientes não houve menção da síndrome e muito menos uso do adesivo. Em metade dos pacientes foi utilizado benzodiazepínico como forma de alivio dos sintomas, sendo mais frequentemente utilizado o Clonazepam. A presença de delirium hiperativo foi constatada em 14 pacientes, dos quais todos tinham mais de 60 anos. Na primeira consulta pós-alta, quase metade dos pacientes retornaram a fumar e em quase sua totalidade não houve acesso a terapia com adesivo ou psicoterapia. A média do índice tabágico dos pacientes previamente à internação foi de 24 anos-maço. Nenhum paciente foi encaminhado para ambulatório de psicologia ou psiquiatria após a alta, assim como o tempo médio descrito para retornar a fumar foi de 4 dias no domicílio após a alta.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusões: A cessação do tabagismo e o tratamento da síndrome de abstinência ainda é um grande desafio ao médico internista. A deficiência da saúde pública em oferecer medicações adequadas, assim como a alta prevalência do tabagismo em regiões mais carentes dos grandes centros urbanos, dificulta ainda mais o sucesso na terapia. Ainda é muito elevado o número de pacientes em que não são identificados sintomas de abstinência tabágica, nem é oferecido auxílio intra-hospitalar. Sem dúvidas, são necessárias diversas medidas e campanhas relacionadas ao tabagismo e sua cessação para que o sucesso após o período de internação seja otimizado.

Palavras Chave

Abstinência tabágica; Internação; Doenças respiratórias

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