Dados do Trabalho

Título

TRANSTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO TRABALHO NO BRASIL DE 2013-2022

Fundamentação teórica/Introdução

Introdução/Fundamentos: O trabalho é parte essencial da vida por ser fonte de realização, sustento e crescimento, porém frequentemente não se desenvolve de maneira saudável tornando-se causa de adoecimento físico e mental. Nesse sentido, os transtornos mentais relacionados ao trabalho (TMRT) são moléstias prevalentes e que prejudicam o ciclo de vida do trabalhador e os processos socioeconômicos.

Objetivos

Objetivos: Descrever a prevalência de TMRT no Brasil em relação a: sexo, faixa etária, evolução do caso e regime tratamento de 2013-2022.

Delineamento e Métodos

Delineamento/Métodos: Estudo epidemiológico obtido a partir dos dados do Sistema de Agravos de Notificação (SINAN), presentes no DATASUS. Fez-se estudo de prevalência dos TMRT de 2013-2022 por meio das seguintes variáveis: sexo, faixa etária, evolução do caso e regime de tratamento, desconsiderando os casos notificados de pacientes menores de 15 anos.

Resultados

Resultados: De 2013 a 2022 foram notificados 15.547 casos de TMRT no Brasil, observando-se uma tendência crescente no período estudado com o pico em 2019 (n=2.368) e desaceleração durante o ano de maior repercussão social da pandemia por COVID-19, 2020 (n = 1344). O sexo feminino concentrou a maior prevalência dos casos (n=10.007; 64,36%). Em relação à faixa etária, destacaram-se as de 35-49 anos (n=7.731; 49,72%) e 20-34 anos (n=5.135; 33,02%). Quanto à evolução, os dados mostram que incapacidade temporária é o quadro mais frequente (n=8.822; 56,74%), seguido de cura não confirmada (n=1.188; 7,64 %) e cura (n=562; 3,61%), os óbitos são a minoria (n=13, 0,08%). A maioria dos tratamentos foram realizados em nível ambulatorial (n=87.835; 93,66%).

Conclusões/Considerações Finais

Conclusões/Considerações finais: Diante dos dados obtidos por este estudo, observou-se aumento de TMRT de 2013-2021, mas com queda transitória nos anos mais assolados pela COVID-19, ou seja, 2020 e 2021. Além disso, os transtornos mentais relacionados ao trabalho foram mais prevalentes no sexo feminino e nos adultos com mais anos de exposição ao trabalho (35-49 anos). Ademais, é importante citar o baixo índice de cura das TMRT, sendo o desfecho mais prevalente a incapacidade temporária. Apesar da grande prevalência, a maioria dos pacientes necessita apenas de tratamento ambulatorial, onerando menor o sistema de saúde. Portanto, a partir do perfil apresentado é possível definir planos de ação para melhora da atenção à saúde mental dos trabalhadores brasileiros, uma vez que isto é crucial para o bem estar individual e socioeconômico do país.

Palavras Chave

Transtornos mentais; Trabalho; Doenças profissionais

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