Dados do Trabalho
Título
MENINGOENCEFALITE CRIPTOCOCICA EM MULHER DE 28 ANOS PREVIAMENTE HIGIDA COMO PRIMEIRA MANIFESTAÇAO DE IMUNODEFICIENCIA COMUM VARIAVEL
Fundamentação teórica/Introdução
Imunodeficiência comum variável é uma imunodeficiência primária com apresentações clínicas variáveis, principalmente infecciosas. Meningoencefalite criptocócica é uma infecção que acomete majoritariamente indivíduos imunocomprometidos.
Objetivos
Descrever caso de paciente atendida na emergência de hospital quaternário do Rio de Janeiro.
Delineamento e Métodos
Análise retrospectiva de prontuário.
Resultados
Paciente feminina, 28 anos, obesa, previamente hígida, dá entrada na emergência por cefaleia frontotemporal à direita intensa, pulsátil, há 8 dias em evolução progressiva, associada a cervicalgia e náuseas, já tendo procurado outros serviços para analgesia.
Admitida em Glasgow 15, sem alterações ao exame físico a não ser por lesões cutâneas extensas compatíveis com HPV.
Ressonância Magnética de Crânio (RMNC) trazida mostrava lesão com realce acompanhando giros em região frontal direita, parecendo ser localizada em meninge.
RMNC realizada no serviço mostrou leptomeningite difusa, cerebrite e edema cerebral. Punção liquórica: pressão de abertura 92mmHg, hiperproteinorraquia, glicose abaixo dos valores de referência, pleocitose com predomínio de mononucleares e teste do látex para antígeno capsular criptocócico positivo. Iniciada anfotericina.
Durante internação em terapia intensiva evoluiu com agitação psicomotora, crises convulsivas, hipertensão intracraniana, choque distributivo e insuficiência renal aguda, além de múltiplos hits infecciosos.
Foi implantado monitor de pressão intracraniana, realizadas punções de alívio e implante de líquorgard. Foi submetida a intubação orotraqueal, hemodiálise, múltiplas hemotransfusões e esquemas antimicrobianos.
Eletroforese de imunoglobulinas mostrou IgG 705/mm³, IgG1 323/mm³ e IgG2 226/mm³ (abaixo dos VR).
Imunofenotipagem: CD3 271/μL, CD4 19/μL e relação CD4/CD8 0 (abaixo dos VR). Sorologias, pesquisa de doenças granulomatosas e neoplásicas negativas em repetidos testes.
Internada por três meses, recebeu alta hospitalar e seguiu acompanhamento ambulatorial com especialistas.
Conclusões/Considerações Finais
A paciente descrita apresentava lesões extensas por HPV sem investigação prévia, iniciando acompanhamento médico somente após deflagrar quadro de meningoencefalite criptocócica. Após extensa investigação e exclusão de causas infecciosas e outras imunodeficiências, foi aventada a hipótese de Imunodeficiência Comum Variável, diagnosticada aos 28 anos.
Palavras Chave
Meningoencefalite Criptocócica; Imunodeficiencia Comum Variavel; Imunodeficiência Primária
Arquivos
Área
Clínica Médica
Categoria
Relato de Caso
Autores
LORENA BARROS MIRANDA, CLAUDIO JOSE SOBREIRA CAVALIERI, KAMILA NETTO DE CASTRO, PAULO GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA, MARCUS FERREIRA CARDOSO