Dados do Trabalho
Título
PSICOSE LUPICA: UMA ENTIDADE CLINICA DESAFIADORA
Fundamentação teórica/Introdução
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune que pode afetar qualquer órgão, incluindo o sistema nervoso central (SNC). Os sintomas neuropsiquiátricos podem acometer os pacientes previamente, durante ou posteriormente ao diagnóstico de LES, porém em sua maioria ocorrem concomitantes a outros sintomas e próximo ao diagnóstico. Os sintomas neurológicos ou psiquiátricos podem ser da própria doença, de comorbidades associadas ou complicações do tratamento, podendo ser autolimitados ou severos. Pacientes com sintomas neuropsiquiátricos apresentam pior qualidade de vida e maior mortalidade. Não há biomarcadores e o diagnóstico é de exclusão. Neste trabalho apresentamos o caso de um paciente com LES tratada com corticosteróides.
Objetivos
Descrever a apresentação de um caso de psicose lúpica
Delineamento e Métodos
Relato de caso
Resultados
Paciente, sexo feminino, 18 anos, abre caso com leucopenia e plaquetopenia sendo diagnósticada com LES com FAN nuclear homogêneo de 1/160 e citoplasmático pontilhado reticulado maior que 1/640 e foi iniciado prednisona associado a hidroxicloroquina. Após 15 dias do início do tratamento iniciou alteração de comportamento, sintomas de ansiedade, vozes de comando e dificuldade de controle esfincteriano. Após duas semanas dessas alterações, foi internada e tratada com pulsoterapia com metilprednisolona por cinco dias, obtendo melhora parcial dos sintomas, seguido de piora do quadro neuropsiquiátrico. Depois de 12 dias do fim da pulsoterapia, a paciente apresentou alucinações visuais e auditivas, momentos de agressividade, suspeita de tricofagia e dificuldade de controle esfincteriano, em uso de risperidona e ácido valpróico. Em acompanhamento ambulatorial, utilizando hidroxicloroquina, prednisona, risperidona, sertralina, clonazepam e ácido valpróico, um mês após pulsoterapia, apresentou melhora total do quadro de alucinações visuais e auditivas, mas ainda com episódios de incontinência urinária do tipo urge-incontinência.
Conclusões/Considerações Finais
Portanto, diante de um caso de LES com alterações comportamentais e sintomas neuropsiquiátricos, optou-se por realizar o tratamento com pulsoterapia de metilprednisolona, havendo melhora parcial dos sintomas. Nesse sentido, foi mantido tratamento ambulatorial com hidroxicloroquina, prednisona, risperidona, sertralina, clonazepam e ácido valpróico, havendo melhora total do quadro de alucinações visuais e auditivas.
Palavras Chave
LES; Psicose lúpica; Corticoesteróides
Arquivos
Área
Clínica Médica
Categoria
Relato de Caso
Instituições
Universidade Federal de Uberlândia - Minas Gerais - Brasil
Autores
CAIO ARAUJO DA CUNHA, DEIR GRASSI RIBEIRO DA SILVA , ENZO BENFATTI CHERUBINI, YURI BITTENCOURT, THIAGO ARRUDA REZENDE