Dados do Trabalho
Título
ENDOCARDITE INFECCIOSA NA ATUALIDADE: TATUAGEM COMO FATOR DE RISCO
Fundamentação teórica/Introdução
Endocardite Infecciosa (EI) é a infecção do endocárdio que acomete válvulas cardíacas ou dispositivos intra miocárdicos. Trata-se de condição grave com alta taxa de morbimortalidade. Os fatores de risco comumente envolvidos incluem uso de drogas intravenosas, valvopatias, prótese valvares e procedimentos invasivos. Concomitantemente, o hábito de realizar tatuagens é muito frequente na população, podendo esta técnica de introdução subcutânea de pigmentos por agulha levar a sérias complicações, incluindo a endocardite.
Objetivos
Relatar caso atípico de paciente jovem, sem outros fatores de risco, diagnosticado com endocardite infecciosa após realização de tatuagem.
Delineamento e Métodos
Relato de caso.
Resultados
Paciente sexo masculino, 21 anos, internado em março/2023 com dispneia, tosse produtiva, dor pleurítica, febre alta e petéquias cutâneas difusas. Laboratório revelou leucocitose e proteína C reativa aumentada. Diagnóstico inicial de pneumonia bacteriana, iniciado Ceftriaxona associado a Azitromicina, com pouca resposta clínica. Feita Tomografia Computadorizada de Tórax, cujo laudo revelou opacidades nodulares periféricas bilaterais com cavitação central, questionado êmbolos sépticos. Realizado Ecocardiograma Transtorácico que demonstrou imagem sugestiva de vegetação de 5mm em valva tricúspide. Feito diagnóstico de EI pelos critérios de Duke. Em história pregressa havia realizado tatuagem quinze dias antes da internação. Sem doenças valvares ou fatores predisponentes para a doença. Após finalizadas 4 semanas de tratamento direcionado, evoluiu com melhora clínica, recebendo alta hospitalar.
Conclusões/Considerações Finais
A realização de tatuagens e sua correlação com EI é pouco descrita na literatura. Tal hábito tem se tornado mais frequente na atualidade, atingindo prevalência de 20% e, dentre os tatuados, 2% apresentam complicações. Paralelamente, a EI acomete até 0,15% da população, com mortalidade de 13-40%. Atualmente não há vigilância por parte da saúde pública das complicações infecciosas relacionadas à tatuagem, fato que contribui para a pouca disseminação dos potenciais riscos do procedimento. É responsabilidade também dos profissionais de saúde contribuir para a divulgação dos riscos envolvidos nessa atividade considerada por muitos inócua.
Palavras Chave
Endocardite Infecciosa; Tatuagem.
Arquivos
Área
Clínica Médica
Categoria
Relato de Caso
Instituições
Hospital Governador Israel Pinheiro - HGIP - Minas Gerais - Brasil
Autores
CAMILA DE FREITAS RODRIGUES, VANESSA MIRANDA BORGES, LORENA DE SOUZA CARVALHO, ISABELLA BELO BRANDÃO, VALÉRIA MATA DE DUARTE FERREIRA RIBEIRO