Dados do Trabalho
Título
MENINGOENCEFALITE CRIPTOCOCICA EM PACIENTE IMUNOSSUPRESSO POR USO PROLONGADO DE CORTICOSTEROIDE: UM RELATO DE CASO
Fundamentação teórica/Introdução
Meningoencefalite criptocócica é uma doença rara que acomete principalmente pacientes imunodeprimidos, seja por HIV, neoplasias ou uso prolongado de corticoide. Pode se manifestar de forma subaguda/crônica ou aguda. Cefaleia, letargia, alterações de personalidade e memória são os principais sintomas. Os pacientes podem cursar com hidrocefalia hipertensiva necessitando de intervenção neurocirúrgica.
Objetivos
Descrever um caso de Meningoencefalite Criptocócica devido a imunossupressão por uso prolongado de corticosteroide durante 2 anos.
Delineamento e Métodos
Relato de caso coletado retrospectivamente em unidade hospitalar.
Resultados
ERS, 39 anos, feminino, proveniente da zona rural. Regulada para a unidade hospitalar por dor e edema do membro inferior direito (MID) sem sinais flogísticos. Realizada ultrassonografia com doppler de membro inferior que evidenciou ruptura parcial de gastrocnêmio direito e hematoma local. Apresentava história pregressa de Hanseníase e desenvolveu reação hansênica tipo 2, quando foi tratada com Talidomida e Prednisona. Interrompeu a Talidomida após período prescrito e manteve uso irregular de Prednisona nos últimos dois anos. Durante o internamento iniciou desmame do corticoide, voltou a apresentar nódulos subcutâneos dolorosos disseminados e febre diária, quadro compatível com reação hansênica tipo 2, sendo reintroduzida a Talidomida. Evoluiu com rebaixamento do nível de consciência, cefaléia e crises convulsivas. A tomografia computadorizada de crânio evidenciou hidrocefalia, submetida então a derivação ventricular externa e coleta de liquor para elucidação diagnóstica. Constatado Criptococose na amostra analisada por método direto. A paciente necessitou de tratamento em unidade de terapia intensiva, sendo iniciada terapia com Fluconazol 800 mg/dia e Anfotericina complexo lipídico 5mg/kg/dia. A dose de Prednisona foi mantida em 20 mg/dia, até melhora clínica e possibilidade de desmame.
Conclusões/Considerações Finais
A meningoencefalite criptocócica apresenta altas taxas de morbimortalidade, em pacientes imunocompetentes e imunocomprometidos. A associação de Anfotericina B e Flucitosina mostrou melhores resultados na resolução da infecção, porém a Flucitosina tem difícil acesso no Brasil. O diagnóstico precoce, rápido manejo das complicações e manutenção do tratamento com terapia antifúngica por 1 ano aumentam as chances de desfecho favorável.
Palavras Chave
Meningite criptocócica; Fluconazol/tratamento farmacológico; Anfotericina B/tratamento farmacológico; Imunidade; Humanos; Relatos de casos
Arquivos
Área
Clínica Médica
Categoria
Relato de Caso
Instituições
HOSPITAL CALIXTO MIDLEJ FILHO - Bahia - Brasil
Autores
CAROLINA CORREIA MENEZES FONSECA, FÁTIMA LUÍSA PENHA COELHO, LETÍCIA SANTANA RIBEIRO, FERNANDO HERNANDEZ ROMERO, CANDICE MESSIAS