Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DO USO E ADESAO A NOVOS MEDICAMENTOS PARA TRATAMENTO DE HEPATITE C

Fundamentação teórica/Introdução

A hepatite C é uma infecção causada pelo vírus da hepatite C (HCV) que é transmitido principalmente pela via parenteral. Apresenta alta prevalência em todo o mundo, estando presente em todos os continentes e com uma estimativa de aproximadamente 170 milhões de pessoas afetadas em fase crônica, cerca de 3% da população mundial. Desde 2015, com a inserção dos medicamentos de ação direta (DAA) no mercado brasileiro e sua incorporação ao SUS, o Brasil iniciou uma nova era no tratamento para Hepatite C, com maior taxa de cura e menos efeitos adversos. Em 2019, o Ministério da Saúde reestruturou o modelo de aquisição, programação e distribuição dos medicamentos para hepatites virais. No entanto, alguns pacientes, embora recebam o medicamento, não são aderentes ao tratamento.

Objetivos

Descrever a taxa de adesão, dos pacientes, ao novo tratamento da hepatite C implementado em 2019 e avaliar a efetividade desse. Adicionalmente, analisar se fatores clínicos e sociodemográficos influenciam na taxa de adesão dos pacientes em estudo.

Delineamento e Métodos

Estudo retrospectivo descritivo realizado utilizando um banco de dados vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, em Curitiba-PR. Foram estudados pacientes com diagnóstico de hepatite C e que receberam DAA. Os casos foram acompanhados de julho de 2019 até julho de 2021. Foram considerados curados os pacientes que tiveram a resposta virológica sustentada.

Resultados

Foram estudados 257 pacientes (60,7% homens), com idade média de 56,3 ± 13,1 anos, sem diferença significativa entre os sexos. Ocorreram 7,4% óbitos e perdeu-se contato com 4,7% dos pacientes. Em relação à aderência ao tratamento DAA, foram estudados 226 casos. Desses 197/226 (87,1%) foram aderentes ao tratamento, sendo que 178 (90,3%) foram considerados curados. As variáveis sexo, idade, assistência pública ou privada e comorbidades como coinfecção por HIV, diabetes, doença renal crônica, genótipo viral, tipo de medicamento empregado ou tempo de tratamento não demonstraram diferença significativa entre a aderência ou não ao tratamento. O único fator que influenciou significativamente na não aderência foi o fato do paciente ser usuário de drogas ou etilista (P= 0,0014).

Conclusões/Considerações Finais

A taxa de não adesão ao tratamento DAA foi de 12,9% e o único fator que influenciou significativamente na não aderência foi o fato do paciente ser usuário de drogas ou estilista. O tratamento foi efetivo e em mais de 90% dos casos aderentes ao tratamento observou-se cura.

Palavras Chave

Hepatite C; Terapia Antiviral; Terapia antiviral de ação direta; Cooperação e Adesão ao Tratamento.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

THAISA RODRIGUES FERREIRA BASAGLIA, BRENDA GABRIELE SMANIOTTO RAULIK, RENATO NISIHARA, CLAUDIA ALEXANDRA PONTES IVANTES, FABIANE BEATRIZ NEVES EL TAWIL