Dados do Trabalho
Título
TRANSPOSIÇAO CONGENITAMENTE CORRIGIDA DE GRANDES VASOS (TCCGV): UM RELATO DE CASO
Fundamentação teórica/Introdução
A TCCGV, com prevalência de 0,5 a 1,4% dentre as cardiopatias congênitas, traduz-se pela passagem do sangue do átrio direito (AD), via válvula mitral, para o ventrículo esquerdo (VE), que se direciona à artéria pulmonar, retornando oxigenado pelo átrio esquerdo (AE) que, através da válvula tricúspide, atinge o ventrículo direito (VD) conectado à aorta. Tal anomalia apresenta, em mais de 90% dos casos, lesões intracardíacas que, a depender da magnitude, repercutem na idade do diagnóstico e prognóstico.
Objetivos
Relatar o caso de um paciente portador de cardiopatia congênita rara diagnosticado tardiamente.
Delineamento e Métodos
Trata-se de um relato de caso, retrospectivo e observacional. Os dados foram obtidos por meio de revisão do prontuário, entrevista com o paciente, exames de imagem e revisão de literatura.
Resultados
JC, 30 anos, natural do Amapá, relata quadro de coriza, tosse produtiva e febre há 7 dias, evoluindo com dispneia aos mínimos esforços e dor pleurítica. Referia episódios de náuseas e lipotímia durante a infância, sendo diagnosticado com cardiopatia congênita aos 20 anos de idade, quando foi abordado cirurgicamente em São Paulo, perdendo o seguimento por questões econômicas. Ao exame físico, encontrava-se taquipneico, com uso de musculatura acessória, saturando 86% com máscara de reservatório a 10L/min. Apresentava estertores crepitantes bibasais, sopro sistólico em todos os focos cardíacos, com frêmito e dor epigástrica à palpação. Em análise de prontuário, verificado passagem prévia do paciente no serviço com constatação em Ecocardiograma de TCCGV associada a Comunicação Interventricular (CIV), Comunicação Interatrial (CIA), hipocontratilidade difusa de ventrículo esquerdo (fração de ejeção de 20%), prótese biológica em posição tricúspide disfuncionante e artéria pulmonar ectásica (presença de bandagem). Realizada tomografia de tórax que demonstrou aumento importante de área cardíaca e extensa consolidação. Iniciado tratamento com Ceftriaxona, Dobutamina e Furosemida, mantendo medicações de uso contínuo, com melhora progressiva. O paciente foi então transferido ao serviço de Transplante Cardíaco para seguimento.
Conclusões/Considerações Finais
A TCCGV é uma anomalia congênita rara que apresenta diversas repercussões clínicas. Com o avançar da idade, os sintomas de insuficiência cardíaca se evidenciam, necessitando de controle clínico. Sua descrição é de grande importância, pois existem poucas referências científicas.
Palavras Chave
Cardiopatia congênita; Transposição congenitamente corrigida de grandes vasos; Comunicação interventricular; Comunicação Interatrial.
Arquivos
Área
Clínica Médica
Categoria
Relato de Caso
Instituições
Associação Hospitalar São José - Santa Catarina - Brasil, Faculdade Estácio IDOMED de Jaraguá do Sul - Santa Catarina - Brasil
Autores
MARIANA BARETTA SAVARIZ, AUANA BARTEL, CAMILA SIDOOSKI