Dados do Trabalho


Título

GALACTORREIA COMO ÚNICA MANIFESTAÇÃO CLÍNICA DE MACROPROLACTINOMA HIPOFISÁRIO EM PACIENTE DO SEXO MASCULINO

Fundamentação teórica/Introdução

Prolactinomas são adenomas hipofisários produtores de prolactina (PRL), representam 60% dos tumores hipofisários, sua frequência é maior em mulheres entre 20 e 50 anos, no sexo masculino esses tumores são relativamente raros. A apresentação clínica varia com idade, sexo, tamanho do tumor e níveis de PRL. Nas mulheres predominam tumores < 1 cm e os sintomas mais comuns são decorrentes da hiperprolactinemia - irregularidade menstrual, galactorréia e osteopenia. Já nos homens, há um predomínio de macroadenomas (tumores ≥ 1 cm) e tumores mais agressivos, sendo mais prevalente sintomas compressivos - alterações visuais, cefaleia e hipertensão intracraniana, além da diminuição da libido e disfunção erétil. A galactorréia, um sintoma comum em mulheres, é menos frequente em homens, pois o tecido mamário masculino é menos susceptível aos efeitos lactogênicos da PRL. Na literatura, há poucos estudos de prolactinoma em homens, em especial com galactorréia.

Objetivos

Apresentar um caso de macroadenoma hipofisário em um homem jovem diagnosticado durante investigação de galactorréia.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Paciente masculino, 35 anos, obeso e diabético, queixa-se de galactorreia bilateral e mastalgia há cerca de 1 ano, associado a cefaleia holocraniana em aperto, de leve intensidade, que não comprometia atividades habituais. Negava alteração de pelos corporais, da libido e distúrbios visuais. Em uso regular de metformina e negava outras medicações. Ao exame físico: ginecomastia e galactorreia à expressão, bilateral, secreção esbranquiçada e pouco densa. Distribuição normal de pelos corporais, G5P5. Exames laboratoriais: PRL-190,1ng/mL; Hormônio Folículo-Estimulante-1,82mUI/mL; Hormônio Luteinizante-0,1mUI/mL; Testosterona Total-33ng/mL; demais eixos hipofisários sem alterações. Ressonância Magnética de Sela Túrcica: adenoma hipofisário de 1,2cm. Iniciado cabergolina 0,5mg 2 vezes por semana. Após 60 dias retornou com resolução dos sintomas. Atualmente, 18 meses de acompanhamento, uso regular da medicação, com redução tumoral e bom controle hormonal (PRL-6,2 ng/mL).

Conclusões/Considerações Finais

Apesar de não tão comum como em mulheres, a galactorréia é uma apresentação clínica possível do prolactinoma em homens. E o tratamento com cabergolina foi eficaz em normalizar a prolactina e reduzir o tamanho tumoral.

Palavras Chave

Galactorréia; Hiperprolactinemia; Prolactinoma; Prolactina.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Categoria

Relato de Caso

Instituições

Centro Universitário de Várzea Grande (UNIVAG) - Mato Grosso - Brasil

Autores

JULIA FRIZZO ZORNITTA, ANA THEREZA ALBUQUERQUE CORDEIRO, ISADORA SARTORETTO MEURER, JOÃO VICTOR MANARELLI BARBOSA, DANIELLA ARAUJO MUNIZ