Dados do Trabalho

Título

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA TAXA DE HOSPITALIZAÇÃO POR ABDOME AGUDO NO BRASIL: 2008-2022

Fundamentação teórica/Introdução

O abdome agudo é uma das mais prevalentes situações clínicas em prontos atendimentos pelo Brasil, sendo, frequentemente, causa de hospitalização.

Objetivos

Estimar a taxa de hospitalização por abdome agudo segundo sexo, faixa etária e Unidade Federativa (UF) de residência.

Delineamento e Métodos

Foi realizado um estudo epidemiológico de delineamento ecológico com dados obtidos do Sistema de Internações Hospitalares (SIH-DATASUS) referentes a hospitalizações cujo diagnóstico principal foi preenchido com o código da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) R10.0 (Abdome agudo), em todas as idades e UFs do Brasil, ocorridas entre janeiro/2008 e dezembro/2022. A taxa de hospitalização foi calculada utilizando como numerador o total de casos por ano, região e UF de residência, e como denominador a população estimada para o respectivo tempo e área geográfica, multiplicado por 100.000. Para comparar a proporção de hospitalizações entre o sexo utilizou-se o teste de duas proporções. Todas as análises foram realizadas por meio do software R versão 4.3.0, por meio do ambiente de desenvolvimento integrado RStudio versão 2023.03.0, e foi considerada diferença estatisticamente significante p-valor < 0,05 no teste bicaudal.

Resultados

Houve 366.225 hospitalizações no período, o equivalente a uma taxa média de 12 internações a cada 100.000 pessoas. Indivíduos do sexo masculino (13,1 internações/100.000 pessoas) apresentaram taxa 20% (Razão = 1,20; p<0,001) maior que indivíduos do sexo feminino (10,9/100.000). Indivíduos com 60 anos ou mais foram os que apresentaram maior taxa média de hospitalização (18,1) e tendência temporal de crescimento mais forte (+57,3%). A taxa de hospitalização apresentou tendência temporal de redução apenas entre indivíduos de 20 a 29 (13,1 para 11,2, uma variação de -14,3%) e 30 a 39 anos (12,4 para 10,7, uma variação de -14,1%). As UFs que apresentaram taxa de internação maior que a média nacional foram: Pernambuco (20), Distrito Federal (16,9), Rondônia (16,2), Acre (16,2), Goiás (16,1), Mato Grosso (15,6), Ceará (14,9), Amazonas (14,1), Espírito Santo (13,7), Alagoas (13,5), Santa Catarina (13,4), Paraná (12,7) e Bahia (12,4), predominando estados da região Nordeste.

Conclusões/Considerações Finais

As hospitalizações por abdome agudo foram frequentes no Brasil no período considerado (2008-2022), o que reitera sua relevância clínica. Foi observada maior incidência nos indivíduos do sexo masculino e na faixa etária maior que 60 anos. Ademais, o estado com maior taxa de internação foi Pernambuco.

Palavras Chave

Abdome agudo; Hospitalização; Unidades Federativas (UFs).

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