15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ABORDAGEM MINIMAMENTE INVASIVA DE ABSCESSO HEPÁTICO TARDIO, SECUNDÁRIO A INGESTÃO DE CORPO ESTRANHO: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

O abcesso hepático é determinado como uma coleção purulenta no parênquima hepático, proveniente de um processo infeccioso. Dentre as infecções que podem estar presentes incluem-se principalmente as de etiologia abdominal, como perfuração intestinal, apendicite, doença inflamatória intestinal e diverticulite.

Objetivos

Relatar um caso infrequente de abcesso hepático diagnosticado em um hospital terciário no município de Cascavel-PR que teve como tratamento a drenagem percutânea guiada por ultrassonografia abdominal.

Caso

Paciente feminina, 32 anos, admitida no pronto socorro devido a ingestão de corpo estranho há 15 dias. Relatava dor epigástrica em pontadas, de forte intensidade, constante, com melhora parcial ao uso de analgésicos. Referiu início de mal-estar associado a náuseas há 2 dias com piora da dor abdominal. A endoscopia digestiva alta (EDA) revelou área de fibrose em antro gástrico sem identificação de corpo estranho, com projeção do mesmo na mucosa, provavelmente absorvido decorridos duas semanas na ingestão. Tomografia computadorizada (TC) de abdome total com sinais sugestivos de corpo estranho filiforme hiperatenuante, medindo cerca de 5 cm, atravessando a parede posterior do antro gástrico e atingindo o corpo do pâncreas adjacente. Não havia indicação de intervenção no momento. Realizada analgesia e alta com retorno ambulatorial. Após dois meses, paciente retorna com febre de 38ºC, dor em hipocôndrio direito intensa e taquicardia (FC:110 bpm). Na TC de abdômen total com contraste foi identificada lesão hipoatenuante de aspecto cístico multiloculado no lobo esquerdo, de limites mal definidos e realce periférico pelo meio de contraste, medindo cerca de 10 cm, sugestivo de abscesso hepático. Optou-se por conduta minimamente invasiva, através de drenagem percutânea guiada por ultrassonografia. A punção foi realizada em região de hipocôndrio direito sob anestesia no local e através de visualização direta do abscesso. O fio guia e o dilatador foram introduzidos junto ao cateter de Schiller. Aspirado em torno de 70ml de secreção purulenta, da qual obteve-se coleta para cultura, instilado 10 ml de soro fisiológico com aspiração imediata e fixação do cateter. Paciente recebeu antibioticoterapia endovenosa intra-hospitalar por 72h e recebeu alta e retornou para retirar o dreno 5 dias após.

Conclusões/Considerações finais

Verificou-se na literatura que a drenagem percutânea é uma abordagem minimamente invasiva e apresenta taxa de 80% de resposta quando se trata de coleções infectadas e fluido ou ar.

Palavras-chave

Abscesso hepático, drenagem percutânea.

Área

Clínica Médica

Autores

Rubens Furlan Neto, Lucas Zeni Salomão, Mariana Sotana Rodrigues, Gabriela Cristina Dantas