15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Fusariose após imunossupressão: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

O Fusarium spp é um fungo oportunista raramente encontrado em imunocompetentes. Infecções fúngicas são potencialmente graves em pacientes imunocomprometidos e pode apresentar-se como infecção localizada, localmente invasiva ou disseminada, quando dois ou mais orgãos são envolvidos.
O Fusarium é o segundo fungo filamentoso mais frequente, após o Aspergillus spp, como agente causador de infecção fúngica invasiva nos imunocomprometidos. Os doentes imunocomprometidos com alto risco de fusariose são aqueles com neutropenia prolongada e profunda, leucemia aguda e após terapia citotóxica. As portas de entrada para o fungo são o trato respiratório, gastrointestinal e a pele. As manifestações cutâneas ocorrem em 60-80% dos casos e usualmente representam a única fonte de substrato diagnóstico.
A fusariose disseminada vem crescendo em pacientes hematológicos submetidos a quimioterapoa (QT) e após transplante de medula óssea. A chave do tratamento é o controle da neutropenia. O tratamento antifúngico é feito com Anfotericina tanto B quanto Lipossomal, apesar de alta incidência de falha terapêutica. O voriconazol pode ser considerado opção terapêutica, tanto com monoterapia quanto associado a Anfotericina. É uma doença associada a alta mortalidade pela doença hematológica de base e drogas antifúngicas pouco eficazes

Objetivos

Relatar caso de paciente que apresenta fusariose após imunossupressão.

Caso

Masculino, 18 anos, agricultor, leucemia linfóide aguda (LLA) internado para QT de indução, sem antecedentes patológicos. Evoluiu com neutropenia febril durante a internação. Sem resposta após duas semanas de antibioticoterapia, referiu também cefaleia frontal, otalgia e lesões nodulares violáceas em membros superiores e inferiores. Solicitado tomografia computadorizada de seios da face, exame compatível com sinusite. Avaliado pela infectologista quanto a lesão de pele, foi levantada hipótese de fusariose disseminada e realizada biópsia da lesão. Iniciado Anfotericina B e Voriconazol empiricamente. Anatomopatológico da biópsia da pele com presença de êmbolos fúngicos compatível com fusariose. Após uma semana, as lesões evoluiram de papulonodular eritêmato-violácea para eritêmato-purpúrica e, após, para úlcera. Melhora da cefaleia e otal¬gia após drenagem de seios da face.

Conclusões/Considerações finais

Em virtude do prognóstico ruim da doença hematológica e da falta de drogas antimicóticas eficientes, a detecção precoce, controle da neutropenia e do foco infeccioso devem ser alcançados o mais breve possível.

Palavras-chave

leucemia; fusariose; imunossupressão

Área

Clínica Médica

Autores

Luísa Roedel, Camila Marchi Blatt, Victoria Masi Queiroz, Lussara Eva Nunes Prieto Correa, Thiago Gonçalves Pereira, Andrezza Bertolaci Medina