15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

DIAGNÓSTICO PRECOCE DA MIASTENIA GRAVIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: RELATO DE UM CASO.

Introdução/Fundamentos

A miastenia gravis (MG) é uma doença neurológica autoimune crônica, das estruturas pós-sinápticas da junção neuromuscular (JN), devido a ação de anticorpos contra receptores da acetilcolina (AChRs). Possui prevalência mundial de 20 a 50 casos por 100.000 pessoas. Caracteriza-se por fraqueza e fadiga muscular, muitas vezes flutuantes, e com nenhum ou poucos achados ao exame físico, o que normalmente retarda o diagnóstico.

Objetivos

Relatar a apresentação clínica da MG e a importância da anamnese na detecção precoce desta patologia,aumentando o índice de suspeição entre os profissionais de saúde.

Caso

Mulher de 26 anos, com antecedentes pessoais de depressão maior veio a consulta no serviço de atenção primária com queixa de voz anasalada, dificuldade para mastigação e deglutição, perda de força em hemicorpo direito intermitente, com piora ao final do dia, além de dispneia aos médios esforços há dois meses. Referiu também que em alguns momentos apresentava dificuldade em abrir olho direito. Paciente atribuiu os sintomas a problemas familiares que desencadearam um quadro de ansiedade. Ao exame físico paciente com labilidade emocional, pupilas isofotorreagentes. Aparelho cardiovascular, respiratório e abdominal sem alterações. Presença de leve diminuição da força em membro inferior direito quando comparado ao esquerdo, associado a pequena alteração de marcha.
Diante do quadro arrastado e devido aos sintomas flutuantes suspeitou-se de doença neuromuscular, com hipótese diagnóstica de MG. Solicitou-se exames de rotina e pesquisa sérica de anticorpos anti-AChRs. Paciente foi encaminhada para consulta com neurologista de forma prioritária, já com exame anti-AChRs positivo - superior a 20nmol/L, considerado padrão na detecção dessa doença. Confirmado o diagnóstico, iniciou-se o tratamento com Piridostigmina 360 mg/dia e Prednisona 20 mg/dia com resposta adequada. Realizou-se também eletroneuromiografia com achados de disfunção pós-sináptica da JN. Tomografia computadorizada de tórax e ressonância nuclear magnética de crânio sem alterações. Paciente no momento encontra-se estável clinicamente referindo sintomas leves inconstantes. Iniciou também acompanhamento com equipe multiprofissional visando minimizar futuros danos.

Conclusões/Considerações finais

A MG tem bom prognóstico se realizado diagnóstico e início de tratamento precoce. A descrição desse caso, relembra a necessidade de suspeição dessa doença pelo clínico, além de expor uma abordagem inicial adequada associada ao cuidado continuado.

Palavras-chave

Miastenia Gravis, auto imune, diagnóstico.

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitario Assis Gurgacz - Paraná - Brasil

Autores

Nathalia Wonz Pedott, Lisete Fronza, Mateus Batista Silva, Rosilei Cavasotto, Julia Damasio Gai, Thainá Klosowski Kulicz