15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Angina de Prinzmetal: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

Angina vasoespástica, variante ou de Prinzmetal ocorre por espasmos nas artérias coronárias e é caracterizada por dor torácica em repouso, com alterações transitórias no seguimento ST ao eletrocardiograma (ECG) e com boa resposta ao uso de Nitratos.

Objetivos

Descrever um caso registrado de angina vasoespástica.

Caso

L.A.P., 49 anos, masculino, tabagista, hipertenso, dislipidêmico, cardiopata isquêmico com angioplastia coronariana prévia. Apresenta prótese mitral há nove anos por lesão valvar de origem desconhecida e anticoagulação sem controle há 2 meses. Em uso de: Marevan 5mg, Losartana 50mg, Sinvastatina 40mg, AAS 100mg. Paciente encaminhado com quadro de dor torácica retroesternal, em aperto, referida também em região mandibular, de início há 2 horas, sem fatores de piora e com melhora parcial após analgesia. Encaminhado para centro de referência por Infarto Agudo do Miocardio com Supradesnivelamento do Segmento ST (IAMCSST), três horas de evolução e Kilip I. Realizada Cinecoronariografia (CINE), evidenciando fração de ejeção 58%, hipocinesia inferior, coronárias livres de lesões. Paciente internado com equipe de cardiologia para investigação e ajuste de terapia medicamentosa, por suspeita inicial de IAMCSST devido a trombo, com reperfusão espontânea. No 3º dia de internação, paciente apresentou quadro de dor torácica semelhante ao episódio prévio, associado à sudorese e palidez cutânea. Realizado ECG evidenciando novo supradesnivelamento de ST. Paciente com diagnóstico de Angina de Prinzmetal. Alta assintomático. Orientado a suspender tabagismo imediatamente.

Conclusões/Considerações finais

A angina vasoespástica é uma enfermidade clínica de difícil diagnóstico. Parece ser mais frequente na população asiática, feminina, na quarta ou quinta década de vida, tendo o tabagismo como importante fator de risco. Entretanto, a sua prevalência ainda não foi bem estudada. Apesar do prognóstico favorável e boa evolução, ainda existem complicações potencialmente fatais como IAM e arritmias que ocorrem em 25% dos pacientes não tratados que acontecem, principalmente, em portadores de coronariopatia concomitante. Dessa forma, é indiscutível a necessidade de maiores estudos referentes à angina de Prinzmetal para que, o atraso no diagnóstico, como ocorreu no caso acima, seja evitado.

Palavras-chave

Angina de Prinzmetal; Angina Pectoris Variante; Angina Pectoris

Área

Clínica Médica

Instituições

Universaidade Católica de Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Júlia Krusser Zambonato, Lisiane Vilar Santos, Milene Fehlberg Sehn, Flávia de Marco Sandrin, Laura Vilela Pazzini, Túlio Ruaro Reichert