Dados do Trabalho
Título
HIPERTENSÃO ARTERIAL SECUNDÁRIA COMO FERRAMENTA PARA DETECÇÃO DE ADENOMA DE CORTICAL ADRENAL
Introdução/Fundamentos
O hiperaldosteronismo primário (HP) é caracterizado por uma produção desregulada de aldosterona que pode ser decorrente de hiperplasia ou tumores da glândula adrenal. É considerado causa de hipertensão arterial secundária refratária ao tratamento. Seu diagnóstico pode ser feito em associação do quadro clínico, exames laboratoriais (mostrando hipocalemia, níveis elevados de aldosterona e renina diminuída) e exames de imagem como tomografia computadorizada (TC).
Objetivos
Relatar um caso de Hipertensão arterial secundária como ferramenta para diagnóstico de tumor adrenal.
Caso
MGOC, sexo feminino, 45 anos, branca. Em 2017, foi admitida em um Hospital do Sul do Brasil, com dor lombar predominante à direita, iniciada há 1 mês e associada à disúria, hematúria macroscópica e picos hipertensivos. Ultrassonografia detectou massa nodular sólida hiperecogênica e vascularizada em pólo inferior de rim direito medindo 1,3x6 cm. TC de abdome total demonstrou lesão expansiva no pólo inferior do rim direito sugestivo de neoplasia. Confirmou-se diagnóstico de Adenocarcinoma renal, com conduta de nefrectomia total à direita. Após 2 anos, paciente retornou ao serviço com queixas de bradicardia e oscilações pressóricas há 4 meses associadas a fadiga e edema de membros inferiores bilateralmente. A paciente foi internada apresentando pressão 130x80mmHg e hipocalemia (K=2,0 mEq/L). No momento fazia uso de Enalapril, Atenolol e Hidroclorotiazíticos para controle pressórico de diagnóstico recente. Evoluiu picos hipertensivos horários e hipocalemia refratária ao tratamento. Suspeitou-se de Hipertensão arterial secundária devido a hipocalemia resistente. TC de abdome total apontou presença de nódulo hipodenso, bem definido, em glândula adrenal esquerda, medindo 1,2 cm em seu maior diâmetro, compatível com hiperplasia ou tumor de glândula adrenal. Foi realizada dosagem de aldosterona (73ng/dL) e atividade de renina plasmática (inferior a 0,2 ng/mL/h) sendo feito diagnóstico de HP. Paciente foi manejada com Enalapril, Atenolol e Espironolactona e após sucessivas reposições de Potássio recebeu alta. Foi submetida à adrenalectomia videolaparoscópica e sua pressão arterial se mantém em níveis normais sem uso de nenhuma medicação.
Conclusões/Considerações finais
Hipertensão arterial secundária quando empregada como etiologia é uma importante ferramenta para diagnóstico preciso de tumor de adrenal possibilitando supervisão antecipatória da saúde do paciente.
Palavras-chave
Hipertensão; hipocalemia; hiperaldosteronismo; adrenal
Área
Clínica Médica
Instituições
CENTRO UNIVERSITÁRIO INGÁ - UNINGÁ - Paraná - Brasil
Autores
Paula Heloise Zanella, Priscilla Nani Chiuchetta, Renata Campos Cadidé, Tathiane Aparecida Brischiliari, Pablo Gabriel Assis Cavalheiro