15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

HIPERTENSÃO ARTERIAL SECUNDÁRIA COMO FERRAMENTA PARA DETECÇÃO DE ADENOMA DE CORTICAL ADRENAL

Introdução/Fundamentos

O hiperaldosteronismo primário (HP) é caracterizado por uma produção desregulada de aldosterona que pode ser decorrente de hiperplasia ou tumores da glândula adrenal. É considerado causa de hipertensão arterial secundária refratária ao tratamento. Seu diagnóstico pode ser feito em associação do quadro clínico, exames laboratoriais (mostrando hipocalemia, níveis elevados de aldosterona e renina diminuída) e exames de imagem como tomografia computadorizada (TC).

Objetivos

Relatar um caso de Hipertensão arterial secundária como ferramenta para diagnóstico de tumor adrenal.

Caso

MGOC, sexo feminino, 45 anos, branca. Em 2017, foi admitida em um Hospital do Sul do Brasil, com dor lombar predominante à direita, iniciada há 1 mês e associada à disúria, hematúria macroscópica e picos hipertensivos. Ultrassonografia detectou massa nodular sólida hiperecogênica e vascularizada em pólo inferior de rim direito medindo 1,3x6 cm. TC de abdome total demonstrou lesão expansiva no pólo inferior do rim direito sugestivo de neoplasia. Confirmou-se diagnóstico de Adenocarcinoma renal, com conduta de nefrectomia total à direita. Após 2 anos, paciente retornou ao serviço com queixas de bradicardia e oscilações pressóricas há 4 meses associadas a fadiga e edema de membros inferiores bilateralmente. A paciente foi internada apresentando pressão 130x80mmHg e hipocalemia (K=2,0 mEq/L). No momento fazia uso de Enalapril, Atenolol e Hidroclorotiazíticos para controle pressórico de diagnóstico recente. Evoluiu picos hipertensivos horários e hipocalemia refratária ao tratamento. Suspeitou-se de Hipertensão arterial secundária devido a hipocalemia resistente. TC de abdome total apontou presença de nódulo hipodenso, bem definido, em glândula adrenal esquerda, medindo 1,2 cm em seu maior diâmetro, compatível com hiperplasia ou tumor de glândula adrenal. Foi realizada dosagem de aldosterona (73ng/dL) e atividade de renina plasmática (inferior a 0,2 ng/mL/h) sendo feito diagnóstico de HP. Paciente foi manejada com Enalapril, Atenolol e Espironolactona e após sucessivas reposições de Potássio recebeu alta. Foi submetida à adrenalectomia videolaparoscópica e sua pressão arterial se mantém em níveis normais sem uso de nenhuma medicação.

Conclusões/Considerações finais

Hipertensão arterial secundária quando empregada como etiologia é uma importante ferramenta para diagnóstico preciso de tumor de adrenal possibilitando supervisão antecipatória da saúde do paciente.

Palavras-chave

Hipertensão; hipocalemia; hiperaldosteronismo; adrenal

Área

Clínica Médica

Instituições

CENTRO UNIVERSITÁRIO INGÁ - UNINGÁ - Paraná - Brasil

Autores

Paula Heloise Zanella, Priscilla Nani Chiuchetta, Renata Campos Cadidé, Tathiane Aparecida Brischiliari, Pablo Gabriel Assis Cavalheiro