15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR EM PACIENTES PORTADORES DE DPOC POR MEIO DA OSCILOMETRIA DE IMPULSO NA CIDADE DE CURITIBA-PR

Fundamentação/Introdução

A espirometria é o método padrão-ouro para avaliar a função pulmonar em pacientes com Doença Pulmonar Crônica Obstrutiva (DPOC). No entanto, oscilometria de impulso (IOS) é considerada mais sensível para doenças de vias aéreas periféricas.

Objetivos

Avaliar a correlação da oscilometria de impulso e da espirometria em pacientes portadores de DPOC.

Delineamento e Métodos

Estudo observacional transversal que avaliou dados de oscilometria e espirometria de clínica particular em Curitiba – PR. Foi avaliado idade, sexo, IMC, dados da espirometria (tempo expiratório, CV, CVF, VEF1, VEF1/CVF, VEF1/CV, PFE, resposta ao broncodilatador) e oscilometria (resistência 5HZ, resistência 20HZ, frequência, AX, reatância 5HZ, R5-R20). Distúrbio ventilatório obstrutivo (DVO) foi definida pela oscilometria foram R5 e R20 >140% do valor de referência, R5-R20 > 0,1, FRES > 12Hz, AX > 0,33 no pré ou pós uso de broncodilatadores (PBD), isolados ou em combinação. Considerou-se DPOC DVO com VEF1/CVF < 70 após uso de BD. Valores de p menores que 0,05 foram considerados significativos.

Resultados

Foram avaliados 3213 pacientes entre Janeiro de 2017 a Dezembro de 2018. Idade media de 46,29 anos (±19,33), maior prevalência no sexo feminino com 1888 (58,8%) e a média do IMC foi 28 Kg/m² (±6,82). Na população avaliada, 1773 (55,10%) não eram tabagistas, 954 (29,70%) eram tabagistas ou ex-tabagistas, e 488 (15,20%) não informaram. O diagnóstico de DVO pela espirometria e DVO pela IOS apresentou correlação como esperado (p<0,05). Não houve correlação em comparação ao tabagismo em nenhum parâmetro isoladamente ou em conjunto, mas houve alteração do parâmetro da Fres em 88% (p=0,064). A maioria dos pacientes sem DPOC não fecharam critérios de DVO pela oscilometria (84%, n=2939, p=0,009), demonstrando a utilidade da IOS como um exame para exclusão. Houve correlação de DPOC e DVO por R5 (n=159, 58%, p<0,001), R5-R20 (n= 173, 63%, p<0,001) e por AX (n=236, 86%, p=0,017).Não houve correlação significativa entre DVO por todos os parâmetros da oscilometria em pacientes tabagistas com DVO pós broncodilatador (PB) negativo. No entanto, a partir da análise isolada demonstrou-se que 514 pacientes (76%) tiveram DVO constatada por AX (p=0,001).

Conclusões/Considerações finais

DPOC e DVO demonstraram correlação por R5, R5-R20 e AX (p<0,001), indicando a utilidade da IOS na avaliação de vias aéreas periféricas. Em pacientes tabagistas com DVO PB negativo, AX, parâmetro isoladamente mais preditor de DPOC, poderia auxiliar na detecção precoce (p<0,001).

Palavras-chave

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Oscilometria. Espirometria.

Área

Clínica Médica

Autores

Karin Mueller Storrer, Aquila Andrade Carneiro, Ana Luisa Garcia Giamberardino, Thiago Mesquita Buson, Phaolla Salmória, Gabriela Fávaro Zavan