15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Adesão ao tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica em uma Estratégia de Saúde da Família no Extremo Sul da Bahia

Fundamentação/Introdução

A hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica de natureza multifatorial caracterizada por níveis elevados de pressão arterial, tendo a não adesão ao tratamento como a cau­sa de insucesso das terapêuticas.

Objetivos

Foi avaliar a adesão ao tratamento não medicamentoso da HAS em usuários de uma Estratégia de Saúde da Família da cidade de Itamaraju- BA.

Delineamento e Métodos

Aplicou-se o Questionário de Adesão ao Tratamento de Hipertensão Arterial Sistêmica (QTAHAS). Foi utilizada estatística descritiva e inferencial (Correlação de Spearman) para o nível de adesão ao tratamento e demais variáveis (nível de significância de p<0,05).

Resultados

Participaram 28 usuários com idade média de 51,36±10,21 anos, 93% eram do sexo feminino. Os entrevistados relataram deixar de tomar os medicamentos para controle da HAS ao menos uma vez por dia (11%), deixaram de tomar a medicação para HAS conforme a dosagem prescrita (4%). Dos entrevistados, 18% não tomam os medicamentos para HAS no horário correto ao menos uma vez ao dia, 36% trocam o horário ao menos uma vez por semana. Usar os medicamentos para HAS apenas quando apresentam sintomas foi relatado por 14% dos pesquisados (p≤0,01, rho=0,58). Para 18% seguir o tratamento medicamentoso da HAS não tornou-se uma rotina na vida. Após o diagnóstico de HAS 18% dos pesquisados relataram não ter reduzido o uso do sal na alimentação (p≤0,01, rho=0,47) A diminuição da gordura na alimentação não foi uma medida adotada por 14% dos participantes (p≤0,01, rho=0,68). A escolha pela carne branca não é uma prática adotada para 47% dos pacientes (p≤0,01, rho=0,73). Sobre diminuir o consumo de doces ou bebidas com açúcar, 21% relataram que não diminuíram ou reduziram o uso dos mesmo. Destes, mesmos após o início do tratamento, 71% relataram não praticar ao menos 30 minutos de exercícios físicos por dia (p=0,04, rho=0,37), 25% afirmaram não comparecer às consultas agendadas para acompanhamento e monitoramento da HAS.

Conclusões/Considerações finais

As principais dificuldades em aderir ao tratamento ocorreram na parte não medicamentosa, na atividade física e também alimentação, especificamente na ingesta de sal, gorduras, doces e carne vermelha. Sobre o tratamento medicamentoso, muitos relataram que utilizavam os medicamentos anti-hipertensivos apenas quando apresentavam algum sintoma. Tais resultados evidenciam a importância de ações integrais na atenção ao hipertenso.

Palavras-chave

Adesão ao tratamento; Atenção Primária; Tratamento; Hipertensão.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB - Bahia - Brasil

Autores

VICTOR LUIZ ROCHA PIRES, RAFAEL LIMA AFONSO, KATIUSCIA GALAVOTTI MACETE, GRASIELY FACCIN BORGES