15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Estratégias Terapêuticas na Redução de Infecções em Fraturas Expostas

Fundamentação/Introdução

As fraturas expostas são propensas a infecções que podem levar a disfunção importante do segmento acometido e condições sépticas graves. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de infecção incluem energia do trauma, extensão da lesão, desvitalização de tecidos moles, gravidade da lesão óssea, grau de contaminação local, perfil imunológico do paciente e atraso no início do tratamento.

Objetivos

Analisar as estratégias terapêuticas na redução das taxas de infecção em fraturas expostas.

Delineamento e Métodos

Revisão bibliográfica realizada utilizando os termos “infection”, “open fractures” e “prevalence” nas bases de dados PubMed e Lilacs/Scielo, com artigos publicados entre 2012 e 2019.

Resultados

O desbridamento cirúrgico deve ser realizado em caráter de urgência, conforme condições clínicas do paciente. A literatura não sugere vantagem para desbridamentos cirúrgicos realizados nas primeiras 6 horas após o trauma em relação aos procedimentos realizados em até 24 horas após o trauma.
A administração profilática de antibióticos sistêmicos está associada a uma redução de até 60% do risco absoluto de infecção precoce e deve ser iniciada assim que os acessos venosos estiverem estabelecidos. Craig et al. demonstrou em meta-análise que a antibioticoterapia local, associada a antibioticoterapia sistêmica padrão, reduz substancialmente a taxa de infecções. Múltiplas inspeções devem ser evitadas pelo maior risco de infecção. Conforme protocolo de Padronização do Uso de Antimicrobianos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, as fraturas tipo I de Gustilo devem ser tratadas com Cefalosporinas de primeira geração, enquanto as fraturas tipo II e III devem ser tratadas com Gentamicina e Clindamicina por um período inicial de 14 dias.
Hiperglicemia aguda é uma resposta fisiológica comum ao trauma e é fator de risco para complicações infecciosas, independente de história de Diabetes Mellitus. Conforme Scalea et al., alcançar normoglicemia precocemente reduz eventos infecciosos e mortalidade.

Conclusões/Considerações finais

Mesmo com o aprimoramento dos tratamentos e das técnicas cirúrgicas, as infecções continuam sendo importante causa de morbimortalidade após fraturas expostas. É bem fundamentado pela literatura que a instituição ágil e criteriosa do tratamento de cada variável é determinante para o desfecho infeccioso da lesão.

Palavras-chave

Open fractures, Infection, Prevalence.

Área

Clínica Médica

Autores

Valdir Alves de Sá Júnior