15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Apendicite fase 4 em gestante de 31 semanas

Introdução/Fundamentos

A apendicite aguda é a afecção abdominal cirúrgica não-obstétrica mais comum na gravidez. No entanto, apresenta quadro clínico-laboratorial, muitas vezes, confundido com alterações próprias da gestação (vômitos, desconforto abdominal, leucocitose discreta) adiando o diagnóstico. Assim sendo, o profissional está autorizado a esgotar todos os recursos para afastar tal hipótese e o procedimento cirúrgico deve ser indicado o mais precocemente possível, com o intuito de reduzir a morbimortalidade materno-fetal.

Objetivos

Relatar caso de apendicite em gestante de 31 semanas visando a importância do diagnóstico precoce.

Caso

T.O.S, sexo feminino, 21 anos, gestante de 31 semanas, previamente hígida, foi admitida, no pronto socorro, com quadro de dor abdominal em baixo ventre, de maior intensidade à direita, com um dia de evolução, associada a vômitos persistentes. À vista disso, foi levantado a hipótese de infecção do trato urinário, solicitado exames e iniciada antibioticoterapia empírica. Exames laboratoriais revelaram leucocitose com 23500 leucócitos, bastonetes à 12% e segmentados à 77,6%, urina I sem alterações. Manteve-se a conduta e a paciente persistiu sintomática. No 3° dia de internação, evoluiu com dor de forte intensidade em flanco e fossa ilíaca direita, sendo, então, solicitada avaliação da cirurgia geral e USG de abdome total, que não revelou alterações. Ao exame da cirurgia geral, paciente apresentava-se em regular estado geral. A ausculta do aparelho cardíaco e respiratório encontravam-se dentro da normalidade. Entretanto, ao exame do abdome apresentava dor difusa à palpação superficial e profunda e descompressão brusca positiva. Após a avaliação clínica, suspeitou-se do diagnóstico de abdome agudo inflamatório por apendicite. A paciente foi submetida a laparotomia exploradora, tendo como achado da cirurgia: apêndice fase 4.
Realizada apendicectomia por incisão de McBurney, rafia da base com ponto transfixante, invaginação do coto e limpeza exaustiva da cavidade. Iniciada antibioticoterapia para Gram-negativos e anaeróbicos, confirmado pela bacterioscopia e cultura da secreção abdominal, prescrito Ceftriaxone e Metronidazol, com paciente apresentando boa evolução e alta após 3º dia de pós-operatório.

Conclusões/Considerações finais

A apendicite sempre deve ser suspeitada em toda gestante com dor abdominal aguda e, desta maneira, excluída ou confirmada por exames adequadamente solicitados e um bom exame físico, a fim de diminuir o atraso diagnóstico e terapêutico, evitando futuras complicações.

Palavras-chave

Apendicite; Gestação.

Área

Clínica Médica

Instituições

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE FRANCA - São Paulo - Brasil

Autores

Ana Maria Gonçalves Oliveira, Thiago Alves Hungaro, Isadora Machado Pontes, Esther Vieira Soares, Giovanna Cordeiro Ferreira, Rafaella Gregori Perduca