15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Acometimento esofágico como manifestação inicial de esclerose sistêmica: Relato de caso

Introdução/Fundamentos

A esclerose sistêmica (ES) é uma doença difusa do tecido conjuntivo de caráter autoimune, caracterizada por graus variáveis de fibrose cutânea e visceral e vasculopatia de pequenos vasos. Diversos órgãos podem ser acometidos e um dos aspectos mais frequentes são as alterações esofágicas, chegando a 90% nos pacientes com ES.

Objetivos

Relatar caso de ES diagnosticada em paciente que iniciou quadro clínico compatível com acometimento esofagiano.

Caso

Paciente, 49 anos, sexo masculino, em acompanhamento ambulatorial em nosso serviço por doença do refluxo gastroesofágico com história de disfagia e regurgitação e em investigação de perda de peso (30 kg em 1 ano). Em consulta ambulatorial foi constatado endoscopia digestiva alta com esofagite erosiva distal moderada e tomografia de tórax com hiperplasia tímica, opacidades reticulares e em vidro fosco em campos pulmonares bilateralmente (sugestivo de pneumonite intersticial não específica) além de moderado derrame pericárdico e o paciente foi internado a fim de prosseguir investigação do quadro.
Durante internamento paciente referiu que há um ano vem apresentando, além do sintomas gastroesofágicos e perda de peso, poliartralgia, lesões hipocrômicas em tórax, face e antebraços com espessamento de pele na região das lesões além de espessamento cutâneo proximal às articulações metacarpofalangeanas, telangiectasias em nariz e disfunção erétil.
Investigação laboratorial demonstrou FAN 1/1280 (padrão nucleolar) e Fator Reumatoide (FR) positivo (150UI/mL), e como principal hipótese diagnóstica aventada compatível com achados clínicos e laboratoriais foi de esclerose sistêmica ou doença mista do tecido conjuntivo foram solicitados os autoanticorpos Anti-SCL70 e Anti-RNP e optado por alta hospitalar com seguimento ambulatorial. Em consulta de retorno autoanticorpos mostraram-se negativos e revisando a história clínica e laboratorial o paciente fechou critérios para diagnóstico de ES cutânea difusa (espessamento cutâneo proximal às articulações metacarpofalangeanas, telangiectasias, acometimento esofágico, cardíaco e pulmonar, poliartralgia além de FAN e FR positivos). Foi iniciado tratamento com metotrexato além de otimizado tratamento para sintomas esofagianos e paciente segue em acompanhamento mas com pouca resposta clinica.

Conclusões/Considerações finais

ES tem manifestações heterogêneas e de diferentes órgãos e na maioria dos casos o tratamento é pouco eficaz. É necessário então alta suspeição diagnóstica para instituição de tratamento adequado precocemente.

Palavras-chave

Esclerose sistêmica; esclerodermia; acometimento esofágico.

Área

Clínica Médica

Autores

Joyce Santana do Nascimento, Priscila Rodrigues de Paula, Bianca Priscila Sales dos Santos, Cynthia Martins Sampaio de Lacerda, Yally Priscila Pessoa Nascimento, Fernão Henrique Costa e Alvim