Dados do Trabalho

Título

Abertura de protocolo de Morte encefálica em paciente após trauma intracraniano: relato de caso

Introdução/Fundamentos

: O traumatismo cranioencefálico (TCE) é definido como disfunção cerebral, transitória ou permanente resultante do impacto entre o crânio e um agente externo. No cenário roraimense a morte encefálica (ME) costuma estar relacionada com a alta incidência de TCE decorrente de acidentes automobilísticos. O comprometimento de funções vitais pode sinalizar para abertura de protocolo de ME. Os critérios deste incluem Glasgow 3, respiração não voluntária e lesão estrutural comprovada.

Objetivos

Relatar e discutir um caso de trauma intracraniano cuja conduta foi a abertura de protocolo de morte encefálica.

Caso

Paciente M.S.G, masculino, 24 anos, brasileiro foi admitido em Hospital de referência de Roraima dia 17 de março de 2019 após acidente automobilístico. Evoluiu com rebaixamento do nível de consciência e otorragia à esquerda sendo submetido a intubação orotraqueal. Foi solicitada Tomografia Computadorizada de crânio, cervical, tórax e abdome sendo evidenciada hemorragia subaracnóidea Fisher IV e pneumotórax a esquerda, o qual foi drenado após avaliação da Cirurgia Geral. Após avaliação neurocirúrgica foi realizada uma derivação ventricular externa e indicada Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com neuroproteção. Ao exame neurológico as pupilas se mostraram mióticas com papiledema. No dia 24.03 foi suspensa a sedação para realização de exame de protocolo para morte encefálica, neste dia o paciente apresentava pupilas fixas sem resposta, ausência de resposta a estímulos dolorosos e ausência de reflexo de tosse. Começado o exame seguindo o protocolo, o paciente apresentou discreta resposta a estímulo doloroso e nesse momento foi suspensa a avaliação para morte encefálica retornando a sedoanalgesia. No dia seguinte 25.03.2019 foi suspensa mais uma vez a sedação as 7:43h para reiniciar protocolo de ME que foi confirmado clinicamente, entretanto a falta de recursos para exames de imagem impediu o encerramento do protocolo prontamente. No dia 29 de março, ainda sem exame de imagem, o paciente faleceu por insuficiência respiratória.

Conclusões/Considerações finais

TCE é uma situação comum no cotidiano médico, responsável por altas taxas de mortalidade e morbidade em todo o país. Esse trauma deve ser reconhecido ainda no atendimento primário por meio do exame clínico e neurológico objetivando condutas especificas.

Palavras-chave

Trauma intracraniano; Morte encefálica; protocolo.

Área

Clínica Médica