15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Calcinose periarticular extensa em uma paciente com esclerose sistêmica: relato de caso

Introdução/Fundamentos

Introdução: A esclerose sistêmica (ES) é uma doença imunomediada incomum caracterizada por fibrose da pele e órgãos internos, além de vasculopatia. Frequentemente, cursa com fenômeno de Raynaud, disfunção esofágica, esclerodactilia, telangectasias e calcinose.

Objetivos

Objetivos: Relatar os achados radiográficos de calcificações periarticulares extensas em uma paciente com ES.

Caso

Descrição do caso: S.A., 54 anos, sexo feminino. Procurou consultório particular com diagnóstico prévio de ES e queixa de dor e restrição de movimento em ombros, mais intensa no direito. Há 15 anos iniciou com fenômeno de Raynaud, artralgia, disfagia e esclerodermia progressiva, principalmente em face, mãos e antebraços. Exame físico: redução acentuada da elasticidade cutânea, principalmente em face e membros, com lesões hipocrômicas nas pernas, esclerodactilia e cianose em quirodáctilos, além de restrição acentuada da mobilidade do ombro direito e parcial no esquerdo. Exames complementares: anti-Scl-70 negativo, espirometria normal, tomografia axial computadorizada de tórax mostrando achatamento em cunha de T9, discreta lesão em vidro fosco nas bases e calcificações grosseiras em ombro direito. Estudo radiológico demonstrou múltiplas calcificações em ombro direito, calcificação de 2,5cm no ombro esquerdo, pequenas calcificações nos cotovelos e calcificações próximas aos trocanteres. Atualmente em uso de Sildenafil 75mg/dia, Micofenolato de Mofetila 2g/dia, Nifedipino 60mg/dia, Prednisona 5mg/dia, Risedronato 35mg/semana e Levotiroxina 150mcg/dia.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões: Este caso relata uma paciente com ES com calcificações extensas, principalmente no ombro direito, apresentando manifestações clínicas decorrentes de tais calcificações. Na ES, a calcinose tem uma prevalência variável (18-49%), sendo vista principalmente em pacientes com mais de 10 anos de doença e afetando mais comumente as extremidades dos membros superiores. O manejo da calcinose continua sendo um desafio clínico, estando embasado atualmente no uso de bloqueadores de canais de cálcio e bisfosfonados, com resultados variáveis. Dessa forma, por mais que a ES seja uma doença incomum, é importante que ela seja lembrada no diagnóstico diferencial de um paciente com calcinose.

Palavras-chave

Esclerose sistêmica; Calcinose periarticular

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Estadual de Maringá - Paraná - Brasil

Autores

Henrique Hoichi Borim, Iago Amado Peres Gualda, Marcos Madeira de Lima, Paulo Roberto Donadio