15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

História e exame clínico como fatores determinantes para diagnóstico de síndrome de veia cava superior

Introdução/Fundamentos

A síndrome de veia cava superior (SVC) resulta da obstrução do fluxo sanguíneo que pode ser causada por invasão direta do tumor no interior do vaso ou por compressão externa por patologias do pulmão direito, linfonodos e outras estruturas mediastinais com ou sem trombose. Os sinais e sintomas estão relacionados a edema facial ou em membros superiores, dor torácica, sintomas respiratórios ou alterações neurológicas. A dispneia é o sintoma mais comum e a maioria dos casos se deve ao câncer de pulmão ou ao linfoma não-Hodgkin (LNH), mas até 60% não apresentam diagnóstico maligno à ocasião dos sintomas.

Objetivos

Relatar um caso de síndrome de veia cava superior associada à linfoma não-Hodgkin.

Caso

L.P.S, 22 anos, feminino, previamente hígida, admitida com queixa de edema facial e cervical assimétrico maior a esquerda, há 4 dias, associado a astenia, febre, disfagia para sólidos e perda ponderal. Ao exame físico apresentava circulação colateral exuberante em hemitórax e região cervical esquerdos. Realizada radiografia de tórax que evidenciou grande alargamento de mediastino, sendo feita tomografia. Esta evidenciou lesão expansiva e infiltrativa em mediastino anterior à direita com contornos irregulares, realce heterogêneo do contraste e intimo contato com a veia cava superior determinando acentuado afilamento de sua luz, sem obstrução total. Duplex de vasos cervicais descartou trombose venosa profunda. Iniciado corticoide com objetivo de redução da massa tumoral até definição diagnóstica, alopurinol e anti-helmínticos. Realizada mediastinoscopia para biópsia da lesão cujo anatomopatológico e imunohistoquímica evidenciaram linfoma difuso de grandes células B, podendo corresponder a variante primária do mediastino. Encaminhada para serviço de referência hematológica para início de tratamento quimioterápico e avaliação de necessidade de radioterapia.

Conclusões/Considerações finais

A SVC é uma emergência médica, se desenvolve em 2 a 4% dos casos de LNH, com incidência variada entre seus subtipos, e exige intervenção imediata. A malignidade intratorácica é responsável por 60-85% dos casos de SVC, sendo 10% LNH. O edema de cabeça e pescoço com comprometimento funcional tem uma incidência estimada de 50% entre os pacientes com SVC. A distensão de veias cervicais e na parede torácica pode ser aparente. Edema de braço e pletora facial são menos freqüentes. O tratamento em geral é direcionado à causa de base, podendo-se recorrer a intervenções endovasculares para alívio sintomático e/ou radioterapia de urgência.

Palavras-chave

Síndrome de veia cava superior; Linfoma não-Hodgkin.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Risoleta Tolentino Neves - Minas Gerais - Brasil

Autores

Mariana Fonseca Bittencourt, Breno Alves Araújo, Carla Maria Fraga Faraco, Luciana Peixoto dos Anjos, Izabelle Queiroz dos Santos, Bruno Fernandes Dias