15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

A NOVA EQUAÇÃO FULL AGE SPECTRUM (FAS) SUBESTIMA SIGNIFICATIVAMENTE A TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR NO DIABETES MELLITUS TIPO 2

Fundamentação/Introdução

O rastreamento da doença renal do diabetes (DRD) deve ser realizado por meio da estimativa da taxa de filtração glomerular (TFG), preferencialmente com as equações Chronic Kidney Disease Epidemiology (CKD-EPI). No entanto, essas equações tendem a subestimar a TFG em alguns cenários, como no diabetes mellitus (DM) e extremos de idade. Recentemente a equação Full Age Spectrum (FAS) foi desenvolvida, com o objetivo de ampliar o espectro da equação para todas as faixas etárias e poderá melhorar o desempenho da avaliação da TFG nessas situações peculiares.

Objetivos

Avaliar o desempenho da equação FAS em pacientes com DM tipo 2 (DM2) em comparação com indivíduos saudáveis, utilizando a creatinina (crea) ou cistatina C (cisC), contra o método de referência: TFG aferida com 51Cr-EDTA.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal; TFG medida com 51Cr-EDTA (TFGm) e estimada com equações FAS, usando creatinina sérica (FAScrea), com método Jaffe rastreável, cistatina C (FAScisC) com imunoturbidimetria. Foi utilizada concordância de Bland-Altman e acurácia P15 (proporção de casos com até 15% de distância do método 51Cr-EDTA).

Resultados

Foram incluídos 85 adultos saudáveis, idade de 38±15 anos, 65% mulheres, IMC de 25±3 kg/m2 e 131 pacientes com DM2, idade de 61±10, 57% mulheres e IMC de 30±5 kg/m2. As médias de TFGm, FAScrea e FAScisC (mL/min/1,73 m2) foram, respectivamente, nos saudáveis e DM2: 113±20, 102±17 e 95±18 (p<0,001 para todas as comparações) e 99±28, 80±23 e 68±18 (p<0,001 para todas as comparações). A acurácia P15 da FAScrea em relação à TFG medida foi de 51% em saudáveis e 35% no DM2; a acurácia da FAScisC foi de 43% nos saudáveis e 12% nos DM2.

Conclusões/Considerações finais

As equações FAS subestimam marcadamente a TFG medida, tanto em indivíduos saudáveis como no DM2, de forma mais acentuada com o uso da cistatina C em relação à creatinina e mais evidente sempre no DM. Dessa forma, as equações FAS apresentam acurácia inaceitavelmente reduzida para utilização no diagnóstico e classificação da doença renal.

Palavras-chave

Diabetes mellitus tipo 2, taxa de filtração glomerular, FAS

Área

Clínica Médica

Autores

Letícia Guimarães Da Silveira, Luiza Carolina Fagundes, Indianara Franciele Porgere, Letícia De Almeida Brondani, Sandra Pinho Silveiro