15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ABDOME AGUDO POR MEGACÓLON TÓXICO EM LACTENTE APÓS VACINA ORAL CONTRA ROTAVÍRUS

Introdução/Fundamentos

Megacólon tóxico é caracterizado por dilatação colônica não-obstrutiva associada à instabilidade hemodinâmica sistêmica, podendo evoluir para óbito. O mecanismo não é compreendido por completo. Poucos casos na literatura médica associam essa condição ao uso da vacina do rotavírus.

Objetivos

Relatar o caso de uma criança de 2 meses, portadora de megacólon congênito, que evoluiu com abdome agudo secundário a megacólon tóxico após receber vacina contra rotavírus.

Caso

Paciente do sexo masculino, 2 meses, iniciou febre, irritabilidade e sangramento digestivo baixo há 2 dias da admissão hospitalar. Histórico de megacólon congênito. Além disso, relato de ter recebido vacina oral contra rotavírus há 6 dias do início do quadro. Ao exame físico: regular estado geral, palidez, taquicardia e taquipneia, com presença de distensão abdominal, sem sinais de irritação peritoneal. Pulso periférico cheio com tempo de enchimento capilar menor que 2 segundos. Nos exames laboratoriais, foi identificado presença de hemoglobina: 7,9 g/dL, leucócitos: 5.500/mm³ sendo 35% neutrófilos, 12% bastões e 56% linfócitos, plaquetas: 595.000/mm³ e proteína-C reativa 56,70 mg/dL. Observou-se, na radiografia de abdome, acentuada distensão gasosa em cólon e reto. Identificado presença de rotavírus em amostra de fezes. Foi optado por jejum, sonda nasogástrica aberta, hidratação venosa, terapia transfusional, antibioticoterapia e monitorização do quadro. Evoluiu com estrabismo, opistótono e versão ocular, sendo caracterizado crise convulsiva com necessidade de benzodiazepínico intravenoso. Apresentou piora do quadro hemodinâmico com presença de baixa perfusão periférica e hipotensão. Líquor, tomografia de crânio e eletroencefalograma foram normais.
Realizado estabilização clínica com intubação orotraqueal, expansão volêmica e uso de droga vasoativa. Submetido então, à colectomia total com ileostomia. Evoluiu com melhora do quadro, recebendo alta após 20 dias de internação, com acompanhamento ambulatorial.

Conclusões/Considerações finais

O megacólon tóxico é uma complicação grave do megacólon congênito, devendo ser identificado de forma precoce. O conhecimento da contraindicação da vacina do rotavírus para pacientes que possuem malformação do trato gastrointestinal é de extrema importância. Uma vez instalado, é necessário estabilização clínica adequada, além do uso de antibioticoterapia antes do procedimento cirúrgico.

Palavras-chave

Abdome agudo; megacólon tóxico; rotavírus.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Positivo - Paraná - Brasil

Autores

Mateus de Oliveira Prado, Marcos Germano Dopheide, Larissa Nicolini de Santa, Jader Pereira Almeida